Rentabilidade do Tesouro Direto cai até 12% em 30 dias com perspectiva de estagnação nas taxas de juros

Rentabilidade do Tesouro Direto cai até 12% em 30 dias com perspectiva de estagnação nas taxas de juros. A perspectiva de que o ciclo de quedas na taxa básica de juros da economia brasileira está chegando ao fim impactou, diretamente, a rentabilidade bruta dos títulos do Tesouro Direto. Segundo o portal do Tesouro Nacional, a redução passou os 12% na modalidade de prazo mais longo, o título indexado à inflação com vencimento em 2045.Segundo André Perfeito, economista-chefe da Necton, a queda na rentabilidade é uma resposta natural ao entendimento de que a projeção da taxa de juros, antes estimada pelo mercado em um patamar inferior aos 4% ao ano, não vai se confirmar. “Veio bom o dado do PIB, que indica uma atividade econômica mais forte e, portanto, uma inflação mais persistente. Nada grave, mas indica que não há mais tanto espaço para o corte de juros”.Tenho títulos do Tesouro. Isso significa que eu sofri um prejuízo? Não é bem assim. Antes de mais nada, é preciso separar duas coisas: o preço do título e a rentabilidade contratada no momento do investimento.Vamos pegar o exemplo do Título IPCA+ 2045. Se você investiu, por exemplo, com a promessa de um rendimento igual ao IPCA mais uma taxa de 4%, essas condições seguem garantidas. O que caiu foi o valor do título no caso de você querer revendê-lo antes da data de vencimento.Apesar da queda nos últimos 30 dias, a redução dos juros ao longo dos últimos meses também faz com que todos os títulos ainda tenham se valorizado bastante ao longo do ano. O próprio Tesouro IPCA+, por exemplo, vale hoje 56,34% a mais do que no começo de 2019.A exceção às oscilações do últimos meses é o Tesouro Selic, que se valoriza de acordo com a taxa básica praticada no dia e, portanto, não é impactado pela nova projeção para os juros. As modalidades do Selic se valorizaram entre 0,35% e 0,39% nos últimos 30 dias.E agora, o que eu faço? Vendo meu título ou não? Não há regra geral. O importante é que o consumidor tenha em mente a razão que o fez investir nos papeis do Tesouro Direto. Se o objetivo é um rendimento de curto prazo, o melhor pode ser vender os títulos com vencimentos longos, que devem seguir se desvalorizando conforme os juros parem de cair.No entanto, para quem buscou justamente os títulos que se encerram daqui a tanto tempo pensando em investir para uma aposentadoria, por exemplo, e pretende resgatar os valores apenas no vencimento, nada muda. Os papeis continuarão tendo o mesmo rendimento contratado quando a hora chegar, independentemente das oscilações da Selic.“Em tese, o ideal seria vender e comprar outras coisas que possibilitem rentabilidade, mas a pessoa física tem que saber para que ela comprou o título. Se comprou títulos públicos para planejamento da aposentadoria, por exemplo, é outra situação. Não adianta o investidor tirar esse dinheiro e colocar em bolsa. Então é algo a ser realmente analisado caso a caso”, explica o economista-chefe da Necton.

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