Nossa visao – credito e mercado 21 de Outubro de 2019

Nossa Visão – 21/10/2019
Retrospectiva
Os mercados de maior risco mantiveram a semana no ganho, influenciados por indicadores econômicos divulgados e por noticiários políticos.
O Fundo Monetário Internacional – FMI – divulgou as projeções para o crescimento da economia mundial, refletindo o grau de incerteza causado pelas tensões comerciais entre EUA e China. Conforme revelou o relatório, o crescimento da economia mundial será de 3% em 2019, ante 3,2% da projeção anterior, o nível mais baixo desde a crise financeira de 2008. Em relação à América Latina, as previsões também foram reduzidas para 0,2% em 2019 e 1,8% em 2020. No caso do Brasil, o relatório informa que o crescimento em 2019 será de 0,9%, enquanto para 2020 a estimativa é de avanço em 2,0%. As previsões de crescimento nos EUA para 2019 foram de 2,4%, devido à incerteza sobre as tensões comerciais. Na zona euro, as previsões de crescimento para 2019 ficaram em 1,2%, enquanto em 2020 foram reduzidas para 1,4%, devido à situação da principal economia europeia, a Alemanha, afetada pelo estresse global do comércio. O FMI estima que a economia chinesa cresça 6,1% em 2019, uma desaceleração de 0,5 pontos percentuais a menos do que em 2018.
Na China, foi divulgado que a inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) acelerou para o ritmo mais alto em seis anos, tendo subido 3,0% em setembro em relação ao ano anterior. A taxa foi puxada pelos alimentos, que subiram 11,2% na mesma comparação.
Conforme divulgou o Escritório Nacional de Estatísticas chinês (NBS, na sigla em inglês), o PIB da China avançou 6,0% no terceiro trimestre ante o mesmo período do ano passado. A leitura marca o ritmo mais lento de crescimento da economia chinesa desde o início da série histórica, em 1992. O resultado atingiu a margem inferior da meta de crescimento do governo chinês em 2019, entre 6,0% e 6,5%.
Na zona do euro, foi divulgado que a inflação caiu para o ritmo mais baixo em mais de três anos em setembro. Conforme informou a agência Eurostat, os preços nos 19 países da zona do euro subiram 0,8% em setembro sobre o ano anterior, contra estimativa anterior de 0,9% e expectativa do mercado de 0,9%. A leitura revisada da inflação marcou uma desaceleração mais intensa do que a taxa de 1% de agosto. Foi o resultado mais fraco desde novembro de 2016, quando os preços subiram 0,6%.
Para os mercados de ações internacionais, a semana foi movimentos mistos nas bolsas de valores. Enquanto o Dax, índice da bolsa alemã, subiu 0,97% e o FTSE-100, da bolsa inglesa, recuou -1,33%, o índice S&P 500, da bolsa norte-americana, valorizou 0,54% e o Nikkei 225, da bolsa japonesa, avançou 3,18%.
Aqui no Brasil, foi divulgado que o país criou 157.213 novas vagas de empregos formais em setembro. Conforme o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – CAGED – o resultado é o melhor setembro desde 2013, quando foi registrado número positivo de 211.068 vagas. No acumulado do ano, o país gerou 761.776 empregos.
O Bacen divulgou que o IBC-Br, considerado a prévia do PIB, avançou 0,7% em agosto ante julho, após recuo de -0,7% em julho. A leve alta do índice ficou dentro do intervalo projetado pelos analistas. O índice acumula alta de 0,66% no ano e 0,87% em doze meses.
Para a bolsa brasileira a semana foi de ganhos nos preços das ações. O Ibovespa avançou 0,86% na semana, acumulando valorização no ano de 19,18% e 24,35% em doze meses. O dólar comercial encerrou a sessão de sexta-feira cotado a R$ 4,1193 na venda. Na semana, a moeda norte-americana avançou 0,59%. Já o IMA-B Total encerrou a semana com valorização de 1,05%, acumulando ganhos no mês de 2,27% e no ano de 22,86%.

Relatório Focus
No Relatório Focus revelado hoje, a média dos economistas que militam no mercado financeiro estimou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subirá 3,26% em 2019, uma redução ante os 3,28% da semana anterior, sendo a décima primeira revisão consecutiva para baixo. Para 2020 a estimativa foi reduzida para 3,66%, ante 3,73% da pesquisa anterior. O resultado se distancia ainda mais da meta de inflação fixada pelo CMN para este ano, de 4,25%.
Para a taxa Selic, o mercado financeiro reduziu suas expectativas em relação à taxa de juros, informando que ao final de 2019 a taxa estará em 4,50%, ante 4,75% da semana anterior. Para 2020, a previsão foi mantida e, 4,75%. Agora, a projeção geral se alinha à do Top-5, grupo que mais acerta as previsões, que já havia feito esse movimento no levantamento anterior.
A expectativa de crescimento da economia em 2019 passou de 0,87% para 0,88%. Há quatro semanas, a estimativa de alta era de 0,87%. Para 2020, o mercado financeiro manteve a previsão de alta do Produto Interno Bruto (PIB), em 2,00%. Quatro semanas atrás, estava no mesmo patamar. Em setembro, o Bacen atualizou, por meio do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), sua projeção para o PIB em 2019, de alta de 0,8% para elevação de 0,9%.
O relatório mostrou manutenção no cenário para o dólar em 2019. A mediana das expectativas para o câmbio no fim deste ano seguiu em R$ 4,00, ante R$ 3,95 de um mês atrás. Para o próximo ano, a projeção para o câmbio foi de R$ 3,95 para R$ 4,00, ante R$ 3,90 de quatro pesquisas atrás.
Para o Investimento Estrangeiro Direto, caracterizado pelo interesse duradouro do investimento na economia, as expectativas são de um ingresso de US$ 80,00 bilhões em 2019 e de US$ 80,0 bilhões em 2020, ambos piores que a pesquisa anterior.

Perspectiva
O calendário desta semana está repleto de dados relevantes que devem influenciar os preços dos ativos negociados no mercado financeiro, com um viés de baixa, caso os números venham piores do que as estimativas.
Nos EUA, serão conhecidos os números de vendas de imóveis existentes e de imóveis novos, e também os números do estoque de petróleo, bem como o número de pedidos de bens duráveis. Por lá também serão revelados o PMI de manufatura e de serviços.
Na Europa, será divulgado o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) alemão e o índice de confiança do consumidor na zona do euro, além do Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) na Alemanha e na zona do euro.
Por aqui, destaque para o noticiário político. Os investidores acompanharam o progresso da votação da reforma da previdência no Senado, após o destravamento da pauta com a aprovação da divisão dos recursos do pré-sal.
Na pauta também a crise provocada pelo racha entre apoiadores do presidente Jair Bolsonaro e políticos ligados ao deputado que comanda o PSL, Luciano Bivar.
Em relação às aplicações dos RPPS aconselhamos o investimento de 25% dos recursos em fundos de investimento em títulos públicos que possuem a gestão do duration, produto a ser acompanhado com a devida atenção por conta das posições assumidas pelo gestor.
Para os vértices de longo prazo (especificamente o IMA-B Total) recomendamos uma exposição de 10%.
Para os vértices médios (IMA-B 5, IDkA 2A e IRF-M Total), a recomendação é para uma exposição de 25% e para os vértices de curto prazo, representados pelos fundos DI, pelos referenciados no IRFM-1 e pelos CDBs a alocação sugerida é de 10%.
Permanece a recomendação de que, com a devida cautela e respeitados os limites das políticas de investimento e as exigências da resolução CMN nº 3.922/2010 conforme alterada, é oportuna a avaliação de aplicações em produtos que envolvam a exposição ao risco de crédito (FIDC e FI Crédito Privado, por exemplo).
Quanto à renda variável, recomendamos uma exposição máxima de 30%, por conta da melhora do ambiente econômico neste ano, que já se refle em um melhor comportamento dos lucros das empresas e, portanto, da Bolsa de Valores e também pelo fato da importância do produto como fator de diversificação de portfolio, em um momento em que as taxas de juros dos títulos públicos não mais superam a meta atuarial.
Para a alocação em fundos multimercado a nossa sugestão é de 10% dos recursos e de 2,5% a alocação em FII e FIP, respectivamente, dada a pouca disponibilidade de produtos no mercado enquadrados para os RPPS. Para o investimento em ações, a nossa recomendação é de 15% dos recursos, tendo-se em vista o potencial de crescimento das empresas neste e nos próximos anos em uma conjuntura de baixa inflação e taxas de juros nas mínimas históricas. Muito embora ainda esteja no campo das expectativas, a implementação das reformas estruturais demandadas pelo mercado em muito também poderão influenciar o comportamento positivo das ações, no futuro.
Para aqueles clientes que já contam com investimento de 5% tanto em FII, quanto em FIP, recomendamos que o teto de investimento em ações se mantenha em 10%.
Por fim, cabe lembrarmos que as aplicações em renda fixa, por ensejarem o rendimento do capital investido, devem contemplar o curto, o médio e o longo prazo, conforme as possibilidades ou necessidades dos investidores. Já as realizadas em renda variável, que ensejam o ganho de capital, as expectativas de retorno devem ser direcionadas efetivamente para o longo prazo.

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