Retrospectiva
Com o Legislativo em recesso no Brasil, as atenções dos mercados locais e também dos internacionais se voltam para a divulgação dos diversos indicadores macroeconômicos, principalmente aqueles indicativos da atividade. Neste momento os principais bancos centrais estão preparados para reduzir as suas taxas de juros, se for necessário.
Em relação à economia internacional, a zona do euro, o índice de preços ao consumidor subiu 0,2% em junho contra maio e teve variação de 1,3% no ano, depois de ter subido 1,2% na base anual, no mês anterior.
Nos EUA, as vendas no varejo aumentaram acima da previsão em junho, ao registrar avanço de 0,4%, o quarto aumento mensal consecutivo. Já a produção industrial nesse mês ficou estável, apesar de que uma alta era esperada.
Foi também divulgado o Livro Bege pelo FED, que reportou que a economia norte-americana tem crescido em ritmo modesto nos últimos meses e que a inflação segue fraca, mas indicando perspectivas positivas em geral.
Para os mercados de ações internacionais, a semana que passou foi de quedas. Enquanto o Dax, índice da bolsa alemã recuou 0,51% e o FTSE-100, da bolsa inglesa 0,04%, o índice S&P 500, da bolsa norte-americana caiu 1,23% e o Nikkey 225, da bolsa japonesa 1,01%.
Em relação à economia brasileira, o IPC-S acelerou para 0,14% na segunda quadrissemana de em julho, depois de ter registrado avanço de 0,05% na primeira. Já o IGP-M subiu 0,53% na segunda prévia, depois de ter subido 0,75% na segunda prévia do mês anterior.
Conforme o Banco Central, o IBC-Br, considerado uma prévia do PIB, subiu 0,54% em maio, frente a Abril e foi a primeira elevação do índice no atual governo.
Para a bolsa brasileira, a semana foi também de baixa. O Ibovespa caiu 0,44%, reduzindo a variação acumulada no ano para 17,71% e a de doze meses para 31,67%. O dólar, por sua vez, caiu 0,12% na semana e o IMA-B Total caiu 0,03%.
Relatório Focus
No Relatório Focus de 19 de julho, a média dos economistas que militam no mercado financeiro estimou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subirá 3,78% em 2019, frente a 3,82% na semana anterior. Para 2020 a estimativa é de que suba 3,90%, como na semana anterior.
Para a taxa Selic, o relatório informou que, no fim de 2019 a taxa Selic estará em 5,50%, como na pesquisa anterior e em 2020 em 5,75%, comparado a 6% na pesquisa anterior.
Já para o desempenho da economia previsto para este ano, o mercado estimou a evolução do PIB em 0,82%, frente a 0,81% na semana anterior. Para 2020 a estimativa é que o PIB cresça 2,10%, como na semana anterior.
Para a taxa de câmbio, a pesquisa mostrou que a cotação da moeda americana deverá estar em R$ 3,75 no final do ano, frente a R$ 3,80 no último relatório e em R$ 3,80 no final de 2020, também como na semana anterior.
Para o Investimento Estrangeiro Direto, as expectativas são de um ingresso de US$ 85 bilhões em 2019, como na última pesquisa e de US$ 84,20 bilhões em 2020, frente a US$ 85,56 bilhões na pesquisa anterior.
Perspectiva
Nesta semana, na zona do euro, teremos reunião do BCE, sobre taxa de juros e a divulgação da confiança do consumidor em julho.
Nos EUA, teremos a divulgação do PIB do segundo trimestre de 2019 e dos pedidos de bens duráveis em junho.
No Brasil, serão divulgados os dados parciais de inflação, inclusive do IPCA-15 .
No exterior, a reunião do BCE em que novos estímulos à economia poderão ser discutidos, é o principal evento e no Brasil a divulgação do IPCA-15..
Em relação às aplicações dos RPPS aconselhamos o investimento de 25% dos recursos em fundos de investimento em títulos públicos que possuem a gestão do duration, produto a ser acompanhado com a devida atenção por conta das posições assumidas pelo gestor.
Para os vértices de longo prazo (especificamente o IMA-B Total) passamos agora a recomendar uma exposição de 10%.
Para os vértices médios (IMA-B 5, IDkA 2A e IRF-M Total) reduzimos a recomendação para uma exposição de 25% e para os vértices de curto prazo, representados pelos fundos DI, pelos referenciados no IRFM-1 e pelos CDBs a alocação agora sugerida é de 10%.
Permanece a recomendação de que, com a devida cautela e respeitados os limites das políticas de investimento e as exigências da nova resolução editada pelo CMN, é oportuna a avaliação de aplicações em produtos que envolvam a exposição ao risco de crédito (FIDC e FI Crédito Privado, por exemplo).
Quanto à renda variável, recomendamos uma exposição máxima de 30%, por conta da melhora do ambiente econômico neste ano, que já se refle em um melhor comportamento dos lucros das empresas e, portanto, da Bolsa de Valores e também pelo fato da importância do produto como fator de diversificação de portfolio, em um momento em que as taxas de juros dos títulos públicos não mais superam a meta atuarial.
Para a alocação em fundos multimercado a nossa sugestão é de 10% dos recursos e de 2,5% a alocação em FII e FIP, respectivamente, dada a pouca disponibilidade de produtos no mercado enquadrados para os RPPS. Para o investimento em ações, a nossa recomendação é de 15% dos recursos, tendo-se em vista o potencial de crescimento das empresas neste e nos próximos anos, como já dissemos, em uma conjuntura de baixa inflação e taxas de juros nas mínimas históricas. Muito embora ainda esteja no campo das expectativas, a implementação das reformas estruturais demandadas pelo mercado em muito também poderão influenciar o comportamento positivo das ações, no futuro.
Para aqueles clientes que já contam com investimento de 5% tanto em FII, quanto em FIP, recomendamos que o teto de investimento em ações se mantenha em 10%.
Por fim, cabe lembrarmos que as aplicações em renda fixa, por ensejarem o rendimento do capital investido, devem contemplar o curto, o médio e o longo prazo, conforme as possibilidades ou necessidades dos investidores. Já as realizadas em renda variável, que ensejam o ganho de capital, as expectativas de retorno devem ser direcionadas efetivamente para o longo prazo.