RETROSPECTIVA
Semana de cautela no cenário econômico marcada por uma queda de -2,59% no fechamento semanal do Ibovespa, acompanhando o movimento no exterior com a perspectiva de retiradas de estímulos pelo Federal Reserve (Fed) em meio aos receios quanto a retomada econômica.
Quanto ao mercado local os investidores seguem em alerta quanto ao avanço da reforma tributária, da PEC dos precatórios, além do conflito apresentado entre a Presidência da República e o Poder Judiciário.
O ministro da Economia Paulo Guedes deve se reunir com deputados para reconstrução do texto da reforma do Imposto de Renda ainda essa semana trazendo um parecer sobre a reforma tributária. Já a reforma administrativa segue em formulação de um novo texto na Comissão Especial da Câmara.
O presidente Bolsonaro protocolou o pedido de impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes como reação a autorização do ministro em uma operação contra os articuladores dos protestos pró governo. Ainda no STF, as tensões aumentam com o julgamento sobre a validade da lei de autonomia do Banco Central aprovada no começo do ano a partir da análise de uma ação de inconstitucionalidade movida por partidos de oposição.
Nos Estados Unidos tivemos a divulgação da Ata da reunião do Fed, diante da análise cresce a expectativa de que a redução do programa de estímulos se inicie ainda esse ano. Fato que gera cautela nos investidores que temem que a redução de estímulos se dê em um momento com diminuição no ritmo do crescimento e a variante delta ameaça atrasar o processo de reabertura econômica.
RELATÓRIO FOCUS
Para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a projeção subiu, de 7,05% para 7,11% em 2021. Para 2022, a previsão para o IPCA também subiu, de 3,90% para 3,93%. Para 2023, as estimativas ficaram em 3,25%. Para 2024, as projeções ficaram em 3,00%.
A projeção para o PIB (Produto Interno Bruto) caiu de 5,28% para 5,27% em 2021, após longas semanas de alta. Para 2022, a estimativa saiu de 2,04% para 2,00%. Para 2023 e 2024, as projeções ficaram em 2,50%.
Para a taxa de câmbio, a estimativa foi mantida em R$5,10 em 2021. Para 2022, o valor ficou em R$ 5,20. Para 2023, a projeção saiu de R$5,05 para R$5,03. No ano seguinte, o valor também ficou em R$5,00.
Para a taxa Selic, os analistas mantiveram a projeção em 7,50% em 2021. Para 2022, a taxa ficou também em 7,50%. No ano seguinte, a projeção foi mantida em 6,50% e também para 2024.
PERSPECTIVA
Para essa semana a atenção será voltada para simpósio anual do Fed, com a expectativa sobre quando será iniciada a diminuição dos estímulos monetários.
Nessa semana teremos a divulgação do PIB do segundo trimestre nos EUA, aqui no Brasil teremos a divulgação dos dados de Transações Correntes, Investimento Direto Produtivo e o IPCA-15 de agosto.
Também será divulgada a Ata da reunião do Banco Central Europeu, onde trará uma perspectiva sobre a possível evolução dos planos de estímulo.
As expectativas positivas em relação ao Brasil, passam por um processo de imunização mais eficiente.
Teremos agora que acompanhar as decisões do Bancos Centrais em relação a política monetária, que indica seguir com medidas contracionistas, tendo em vista o plano de vacinação em prática, a aceleração da inflação e os estímulos que seguem sendo despejados na economia.
Os dados indicam uma pressão no curto prazo nos preços ao consumidor amplo e isto pode levar o Banco Central a intensificar as discussões sobre o ritmo das reformas.
Podendo se esperar mais mudanças na taxa de juros no futuro próximo, como já é adiantado no relatório semanal do Banco central.
A partir disso, teremos que avaliar o andamento de reformas e em qual intensidade será elaborada, agora com a Câmara e Senado definido.
Devemos observar também o processo de imunização da população brasileira com novas vacinas podendo entrar no plano inicial e agora com possível produção nacional com a ButantanVac.
A preocupação com o quadro fiscal, o grave endividamento e teto de gastos, restando apenas esperar que o acordado seja respeitado, caso o desajuste fiscal aconteça, além de gerar desconfiança dos investidores estrangeiros, geraria um aumento inesperado e brusco na taxa de juros, por esse motivo, e do risco Brasil, fato que seria prejudicial para a o momento atual da economia.
Situação que o Brasil vem tentando evitar ao longo dos últimos anos, reconquistar os investidores estrangeiros, a partir de um quadro fiscal mais bem elaborado, uma agenda de reformas estruturais, que ocasionalmente levaria o Brasil a um controle maior sobre as receitas e gastos governamentais.
Apesar de todas as oscilações de mercado, as expectativas seguem sendo o plano de vacinação contra a Covid-19 e toda a pauta de reforma que segue sem definição pelo governo.
O mais recomendado para o atual momento é a cautela ao assumir posições mais arriscadas no curto prazo, a volatilidade nos mercados deve se manter sem ainda a desenhar um horizonte claro, em razão principalmente pelo nosso cenário político.
Mantemos nossa recomendação de adotar cautela nos investimentos e acompanhamento diário dos mercados e estratégias. Mantemos a sugestão para que os recursos necessários para fazer frente às despesas correntes sejam resgatados dos investimentos menos voláteis (CDI, IRF-M1, IDkA IPCA 2A). Para o IMA-B que é formado por títulos públicos indexados à inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que são as NTN-Bs (Notas do Tesouro Nacional – Série B ou Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais), não estamos recomendando o aporte no segmento, com a estratégia de alocação em 5%, sendo indicado para os RPPS que possuem porcentagem igual ou maior, aos que possuírem porcentagem inferior a 5%, recomendamos a não movimentação no segmento. Para aqueles que enxergam uma oportunidade de investir recursos a preços mais baratos, municie-se das informações necessárias para subsidiar a tomada da decisão.
Indicadores Diário – 20/08/2021
Índices de Referência – Julho/2021