NOSSA VISÃO – 16/11/2020 17/11/2020 CREDITO E MERCADO

RETROSPECTIVA

Semana marcada principalmente pelas eleições americanas, com o resultado das urnas indicando Biden com vencedor, gerando ainda uma euforia no mercado porem de forma mais moderada em relação a semana anterior, tivemos ainda a divulgação dos testes de uma das vacinas mais relevantes, que foi positivo.

De maneira geral, os assuntos mais pertinentes se mantiveram, como a ascensão da contaminação do Covid-19 principalmente nos Estados Unidos e na Europa e a consequência restritiva dos atos para conter a contaminação. Os resultados dos laboratórios que desenvolvem a vacina para o Covid-19 também pautaram a semana, com a divulgação de resultados positivos.

Aliado a isso, a proximidade das eleições municipais e a expectativa que ao passar desse evento, o governo retome a coordenação e o ordenamento da pauta no Congresso referente as reformas, que são de extrema importância para o andar do país.

Nos Estados Unidos, a mudança no governo americano ficou amarrada com a relutância de Trump, judicializando o resultado apurado nas eleições. Já o pacote que vinha sendo negociado com o Congresso foi passado para o Mitch McConnell (líder do Partido Republicano no senado), como Mitch não enxerga com bons olhos o pacote mais forte, isso foi interpretado mais uma vez como problema pelos agentes de mercado, devido à demora e incerteza que se cria.

Joe Biden por sua vez, apesar das barreiras impostas por Trump, iniciou a sua transição querendo negociar os estímulos fiscais com o Congresso, simultaneamente, aplicando as diretrizes sobre o meio ambiente. Ação que deve respingar no Brasil em breve.

Na Europa, a pandemia segue sem dar trégua, as medidas restritivas se mantem por lá e o número de casos por Covid-19 seguem aumentando a cada dia, devido a isso, o foco europeu fica sobre o mercado americano e os desenrolares sobre a política por lá.

Na Área do Euro, o desemprego se mantém elevado e em leve tendência de alta, tendo alcançado 8,3% em setembro, com mostrou a carta de conjuntura do IPEA referente ao 4º trimestre de 2020.

As bolsas da Ásia fecharam a semana sem indicar um horizonte claro. A cautela e aversão ao risco voltou aos mercados após um novo estreitamento das relações entre a China e os Estados Unidos, depois que a administração Trump proibiu investimentos entre empresas ligadas ao exército chinês.

O PIB chinês cresceu 4,9% no terceiro trimestre em relação a igual período de 2019 e 2,7% na comparação dessazonalizada com o trimestre anterior, após crescimento de 11,7% no segundo e queda de 10% no primeiro trimestre, em dados da carta de conjuntura do IPEA referente ao 4º trimestre de 2020.

Por aqui, o destaque se deu para o discurso feito pelo presidente Jair Bolsonaro referente ao tratamento do Covid-19 e sua posição em ainda não reconhecer Joe Biden como vencedor das eleições americanas. Já Paulo Guedes falou em privatizações em 2021, colocando o porto de Santos em pauta para 2022, disse ainda que o Brasil pode crescer 4% no ano que vem.

Pesquisas indicam que a aprovação do governo Bolsonaro caiu. Entretanto, o que mais tem preocupado a todos, ainda é o quadro fiscal, principalmente após de declarações de Guedes dizendo que se houver segunda onda de contaminação os auxílios emergenciais serão estendidos.

Fato positivo da semana foi a forte entrada dos investidores estrangeiros na bolsa, o ingresso ocasionou forte alta na semana, com valorização de 3,76%, chegando a 104.723 e superando as expectativas da semana passada.

RELATÓRIO FOCUS

Para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), as projeções subiram de 3,20% para 3,25%. Para 2021, a previsão para o IPCA subiu de 3,17% para 3,22%. Para 2022, as estimativas ficaram em 3,50%. O índice ficou em 3,25% nas projeções para 2023.

A projeção para a expansão do PIB (Produto Interno Bruto) caiu de -4,80% para -4,66% este ano. Para 2021, a estimativa foi mantida em 3,31%. As projeções ficaram em alta de 2,50% para 2022 e 2023.

A previsão do mercado financeiro para a cotação do dólar caiu de R$5,45 para R$5,41 este ano. Para 2021, a projeção ficou em R$5,20. Já para 2022, a projeção ficou R$5,00 e saiu de R$4,94 para R$4,88 em 2023.

A projeção para a taxa básica de juros, a Selic, ficou em 2,00% para 2020. Para 2021, ficou em 2,75%. As projeções ficaram em 4,50% em 2022 e 6% em 2023.

PERSPECTIVA

A próxima semana promete refletir os resultados das eleições municipais, o principal foco será em torno da postura do Presidente Jair Bolsonaro em meio aos resultados.

Devido ao aumento da contaminação por Covid-19 nos Estados Unidos e na Europa, o assunto deve voltar a ser falado com mais ênfase em âmbito nacional após as eleições, principalmente em relação a como combater a disseminação e se uma nova quarentena é viável.

A expectativa fica também sobre o pacote de estímulos norte americano, que sob as mãos de Mitch parece que não terá a força necessária para acelerar a economia, dado o cenário onde políticas fiscais estão sendo vista como a única maneira de aquecer a economia, deixando as políticas monetárias mais estáveis.

Nesta manhã de segunda feira (16), A farmacêutica Moderna anunciou que sua vacina contra o Covid-19 tem mais de 94% de eficácia, acima dos 90% da profilaxia da Pfizer e da BioNTech, resultado que deve impactar os mercados já no curto prazo.

A preocupação com o quadro fiscal, endividamento, rolagem de dívidas e teto de gastos, segue como principal pauta, caso isso aconteça, além de gerar desconfiança dos investidores estrangeiros, geraria um aumento na taxa de juros e no risco Brasil e isso não seria bom para o estado da economia atual, que já segue prejudicada.

Situação que o Brasil vem tentando evitar ao longo dos últimos anos, reconquistar os investidores estrangeiros, a partir de um quadro fiscal mais bem elaborado, uma agenda de reformas estruturais, que ocasionalmente levaria o Brasil a um controle maior sobre as receitas e gastos governamentais.

Segue no radar, o aumento dos índices de preço da economia, uma inflação que segue acelerando e que tem impactos significativos já no curto prazo.

A partir de uma visão do Banco central onde passa a ideia de que as condições continuam essencialmente as mesmas sem mudanças no quadro fiscal e que aceleração da inflação seria temporária, como principal consequência a taxa de juros pode ficar baixa por mais tempo.

O que se observa são as taxas de juros prefixadas de vencimentos mais longos acabam ficando igualmente impressionadas em níveis mais elevados, sendo a compensação exigida pelos investidores pelo fato de eventualmente a Selic ao nível de hoje estar errada e precisar ser corrigido no futuro para cima. O que nos faz entender que certos segmentos não atraem devido ao prêmio pago e podem gerar volatilidade e risco aos portifólios.

Os dados indicam uma pressão no curto prazo nos preços ao consumidor amplo e isto pode levar o Banco Central a intensificar as discussões sobre o ritmo das reformas. É provável que a qualquer sinal de melhora constante na economia, devemos ter uma elevação da SELIC, mesmo que antes do projetado.

Já vemos também em renda fixa a percepção maior de risco com as taxas prefixadas, em especial as mais longas subindo bastante e abrindo a curva de juros, que é a diferença entre as taxas mais longas e mais curtas, indicando a percepção de risco mais latente dos investidores. Mostrando uma desproporção de retorno comparado ao risco, principalmente em prazos mais longos.

O mais recomendado para o atual momento é a cautela ao assumir posições mais arriscadas no curto prazo, a volatilidade nos mercados deve se manter sem ainda a desenhar um horizonte claro, em razão principalmente pelo nosso cenário político.

Mantemos nossa recomendação de adotar cautela nos investimentos e acompanhamento diário dos mercados e estratégias. Mantemos a sugestão para que os recursos necessários para fazer frente às despesas correntes sejam resgatados dos investimentos menos voláteis (CDI, IRF-M1, IDkA IPCA 2A). Para o IMA-B que é formado por títulos públicos indexados à inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que são as NTN-Bs (Notas do Tesouro Nacional – Série B ou Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais), não estamos recomendando o aporte no segmento, alteramos a estratégia de alocação para 10% ante a 15%, sendo indicado para os RPPS que possuem porcentagem igual ou maior,  aos que possuírem porcentagem inferior a 10%, recomendamos a não movimentação no segmento.

Os demais recursos mantenham-nos em “quarentena” esperando um melhor momento para realocar. Tomar decisões precipitadas enseja realizar uma perda decorrente da desvalorização dos investimentos sem possibilidades de recuperação na retomada dos mercados. Para aqueles que enxergam uma oportunidade de investir recursos a preços mais baratos, municie-se das informações necessárias para subsidiar a tomada da decisão.

* Aos clientes que investem em Fundos de Participações e Fundos Imobiliários em percentual superior a 2,5% em cada, reduzir a exposição aos Fundos de Ações na proporção desse excesso.

Indicadores Diários – 13/11/2020

Índices de Referência – Outubro/2020

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