ENFOQUE MACRO | INFORME SEMANAL E PERSPECTIVAS

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BRASIL: Mercado revisa para cima projeções de inflação e PIB neste ano

MUNDO: Indicadores de atividade apontam para retomada nos EUA e na China

O mercado revisou para cima as projeções  de inflação de curto prazo, mas a expectativa segue benigna no longo prazo. Segundo o último Relatório Focus, a mediana das projeções de inflação (IPCA) para 2020 é de 3,25% (revisado de 2,65% há 4 semanas). Para 2021, a projeção também foi revisada de 3,02% para 3,22% no mesmo período. A expectativa porém é benigna, só atingindo a meta da inflação em 2022, com expectativa de variação de 3,5% do índice de preços ao consumidor. Para o PIB, também houve revisão positiva, com expectativa de contração de 4,66% em 2020, ante expectativa de queda de 5,00% para o mesmo período na pesquisa realizada há 4 semanas. A previsão para o PIB de 2021 se manteve inalterada. Por fim, as expectativas quanto à variação da Selic permaneceram inalteradas na semana, com juros de 2,0% em 2020 e de 2,75% em 2021.

Prévias das sondagens de consumidores e empresários em novembro evidenciaram a gradual e heterogênea recuperação econômica . Segundo os dados coletados pela FGV até o último dia 13, o índice de confiança empresarial (ICE), que consolida os resultados dos setores da indústria, serviços, comércio e construção, recuou 0,9 pontos em relação a outubro, puxado pelo componente de expectativas. Dentre os setores, houve recuo da confiança da construção civil e de serviços, parcialmente compensados por um maior índice da indústria. No caso do índice de confiança do consumidor (ICC), houve recuo de 2,2 pontos, segundo mês consecutivo de retração. Houve piora tanto da percepção da situação atual como da expectativa para os próximos meses. A cautela dos consumidores é influenciada em boa parte pela atual condição do mercado de trabalho, quem impõe um risco á situação financeira familiar.

Nos EUA, as vendas no varejo cresceram 0,3% na margem em outubro, abaixo da expectativa. O resultado veio após alta de 1,6% em setembro. Na comparação com outubro de 2019, o resultado representou alta de 5,7%, ante 5,4% em setembro na mesma métrica. O núcleo do indicador de vendas (que exclui gasolina, automóveis, serviços alimentícios e materiais de construção) aumentou 0,1% no mês. A desaceleração do ritmo de retomada do varejo deve ser relacionada ao aumento do número de novos casos de Covid-19 no país e à retirada de programas governamentais de transferência de renda. A continuidade da trajetória de recuperação das vendas no varejo dependerá do controle da pandemia e da manutenção da renda.

Ainda nos EUA, a produção industrial apresentou alta de 1,1% em outubro após queda em setembro. O resultado superou as expectativas de mercado (1,0%) e veio após queda de 0,4% do setor em setembro. Na comparação com outubro de 2019, o resultado ainda representa recuo de 5,34%, a variação menos negativa desde fevereiro. A capacidade produtiva utilizada também cresceu passando de 72,0% em setembro para 72,8% em outubro. Em outubro de 2019 a capacidade utilizada era de 77%. A produção industrial de outubro devolveu a queda da produção de setembro (primeiro mês desde abril a apresentar queda na margem), mas ainda se mantém em patamar muito abaixo do nível pré-pandemia. Os resultados do varejo e indústria em outubro são compatíveis com retração ao redor de 4,0% do PIB dos EUA em 2020.

 Indicadores econômicos de outubro reforçam a tendência de retomada da China. As vendas no varejo avançaram 4,3% no mês, superando o ritmo de expansão de setembro (3,3%), na comparação anual. A produção industrial surpreendeu positivamente ao avançar 6,9% na comparação anual, mantendo o ritmo de expansão do mês anterior. Os investimentos em capital fixo passaram de 0,8% em setembro para 1,8% em outubro, todos em relação ao mesmo período de 2019. A atividade na China já se encontra em nível acima do pré-pandemia, com recuperação difusa entre demanda e oferta. Os dados de confiança e de alta frequência, por sua vez, corroboram o cenário de continuidade do crescimento, e são compatíveis com crescimento em torno de 2,5% do PIB em 2020.

 Na Zona do Euro,  a inflação (CPI) acumulou uma variação de -0,3% nos doze meses encerrados em outubro, em linha com as expectativas. Na margem, o índice cresceu 0,2%. O núcleo da inflação, que exclui itens voláteis, variou em 0,2% na comparação interanual. A maior contribuição veio de alimentos, álcool e tabaco (0,38%), seguido de serviços (0,19%), bens industriais não energéticos (-0,03%) e energia (-0,81%). O cenário da inflação segue benigno, possibilitando a continuidade de política monetária acomodatícia pelas autoridades monetárias da região.

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