CREDITO E MERCADONOSSA VISÃO – 07/03/2022 10/03/2022

NOSSA VISÃO – 07/03/2022

RETROSPECTIVA

Tivemos uma semana mais curta devido ao feriado de Carnaval, com foco no conflito entre Rússia e Ucrânia, porém com bons resultados para o Ibovespa e para a cotação do dólar.

O Ibovespa encerrou a semana com alta de 1,18% e 114 mil pontos, influenciado principalmente pelo intenso fluxo de capital estrangeiro na B3. No ano, a Bolsa acumula ganho de 9,21%.

Já o dólar a encerrou com queda de 1,51%, cotado a R$ 5,07 na sexta-feira e acumula recuo de 8,93% em 2022.

Os dados divulgados pelo IBGE mostraram que o PIB de 2021 fechou o ano em alta de 4,6%, o melhor resultado desde 2010.

Por outro lado, o trigo acumula alta de quase 49% em 2022, já o milho teve alta de mais de 28% e a soja por volta de 23%.

Tivemos mais ataques russos na Ucrânia, com constantes bombardeios em grandes cidades e em pontos estratégicos do país, além do ataque à maior usina nuclear da Europa, e de novas rodadas de negociações entre Rússia e Ucrânia, porém sem apresentar soluções.

O presidente Bolsonaro declarou neutralidade no conflito entre os países, e destacou que um posicionamento contra a Rússia poderia gerar consequências negativas para o agronegócio brasileiro, que depende dos fertilizantes do país.

Nos EUA, o presidente do Federal Reserve, afirmou que apoiará uma alta de 0,25% na taxa de juros americana no próximo encontro do Comitê de Política Monetária, e não descartou a possibilidade de maiores altas caso a inflação persista.

Os indicadores econômicos divulgados essa semana destacam o crescimento dos setores industrial e de serviços em fevereiro, refletindo, em grande parte, o afrouxamento das restrições de mobilidade para contenção dos casos da variante Ômicron da Covid-19.

A taxa de desemprego norte americana ficou em 3,8%, abaixo do mês anterior e do consenso. Em fevereiro, a economia dos EUA gerou 678 mil empregos não-agrícolas, bem acima dos 400 mil esperados pelo mercado.

Já na China, o encontro dos parlamentares começou essa semana, e estabelecerá diretrizes para políticas econômicas e metas de crescimento para o país.

O preço do barril de petróleo ultrapassou os US$ 110, saltando para máximas de quase oito anos, com os temores de sanções ocidentais atrapalhando as exportações russas de petróleo.

Já as cotações de metais e produtos agrícolas subiram após sanções ocidentais interromperem o transporte de commodities exportadas pela Rússia.

RELATÓRIO FOCUS

Para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a projeção aumentou de 5,60% para 5,65% em 2022. Para 2023, a previsão para o IPCA permaneceu em 3,51%. Para 2024, as estimativas se mantiveram em 3,10%. Para 2025, as projeções ficaram em 3,00%.

A projeção para o PIB (Produto Interno Bruto) aumentou de 0,30% para 0,42% em 2022. Para 2023, a estimativa se manteve em 1,50%. Para 2024 a projeção se manteve em 2,00%, e para 2025, a projeção também se manteve em 2,00%.

Para a taxa de câmbio em 2022, o valor caiu de R$5,50 para R$5,40. Para 2023, a projeção diminuiu de R$ 5,31 para R$5,30. Para o ano de 2024, a projeção se manteve em R$ 5,30, e para 2025 a projeção continuou em R$ 5,29.

PERSPECTIVAS

Para essa semana, temos a terceira rodada de negociações entre Rússia e Ucrânia marcada.

No Brasil, o IGP-DI mensal possui projeção de 1,53% e o valor real será divulgado na terça-feira.

No Japão, será divulgado o PIB trimestral do país, o qual possui projeção de 1,4%. Já na Zona Euro teremos a decisão do Banco Central Europeu sobre a taxa de juros de curto prazo.

Nos EUA teremos a divulgação do Núcleo de Preços ao Consumidor (CPI), que mede a evolução dos preços de bens e serviços, excluindo alimentos e energia. Já no Reino Unido será divulgado o PIB, que possui projeção de 0,2%.

Sendo assim, permanece a recomendação de cautela ao assumir posições mais arriscadas no curto prazo, a volatilidade nos mercados deve se manter ainda sem desenhar um horizonte claro, em razão principalmente pelo nosso cenário político.

Sobre a nossa ótica, mantivemos a não recomendação de fundos de longuíssimo prazo (IMA-B 5+ E IDKA 20A), 5% em fundos de longo prazo (IMA-B TOTAL E FIDC/ CRÉDITO PRIVADO/ DEBÊNTURE) e 30% em fundos Gestão Duration.

Diante da expectativa de alta na taxa de juros fundos atrelados ao CDI tendem a ter bom desempenho, indicamos uma exposição de 15% em fundos de curto prazo (CDI), enquanto os fundos de médio prazo representam 10% de acordo com a nossa alocação tática.

Em relação aos fundos pré-fixados, não recomendamos a estratégia, pois diante da expectativa de alta na taxa de juros o desempenho destes fundos tende a ser afetado. Mantemos a sugestão para que os recursos necessários para fazer frente às despesas correntes sejam resgatados dos investimentos menos voláteis (IRF-M1, IDkA IPCA 2A).

Já para os títulos públicos, seguindo nossa ótica e diante das seguidas elevações na taxa de juros demonstram ser uma boa oportunidade. Recomendamos que a exposição seja feita primeiramente utilizando a marcação à mercado, e posteriormente quando atingindo o valor esperado, seja feita a transferência para marcação na curva.

Uma alternativa que vem se mostrando forte nos últimos tempos, e que possui boa expectativa, é a diversificação em fundos de investimento no exterior, recomendamos primeiramente a exposição em fundos com hedge com 5% para posteriormente realizar uma entrada gradativa em fundos que não utilizam hedge cambial também com 5%.

Quanto a fundos de ações atrelados a economia doméstica recomendamos a entrada gradativa de modo que o investidor fique atento a oportunidades da bolsa de valores, construindo um preço médio mais atrativo.

Para aqueles que enxergam uma oportunidade de investir recursos a preços mais baratos, municie-se das informações necessárias para subsidiar a tomada da decisão.

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