CREDITO E MERCADO NOSSA VISÃO – 23/05/2022

NOSSA VISÃO – 23/05/2022

RETROSPECTIVA

O Ibovespa fechou em alta de 1,39% na última sexta-feira (20), aos 108.487 pontos. O principal índice da bolsa brasileira, com isso, conseguiu fechar a semana no verde, avançando 1,45% – ao contrário das bolsas americanas, que encerraram a sétima semana consecutiva em baixa, algo não visto desde a crise de 2008.

Nos Estados Unidos, o Dow Jones e o S&P 500 fecharam próximos da estabilidade, subindo, respectivamente, 0,03% e 0,01%. A Nasdaq, por sua vez, caiu 0,30%, aos 11.354 pontos. Por lá, investidores continuam a monitorar a questão da inflação, da alta dos juros e da possível queda no crescimento econômico do ano.

No Brasil, quem puxou a alta do índice foram os exportadores de commodities. Essas companhias foram impulsionadas pela notícia de que a China reduziu os juros de empréstimos de longo prazo para estimular a sua economia – a notícia animou as Bolsas na Ásia, na Europa e também chegou a animar Wall Street durante parte do dia. Contudo, os índices americanos apagaram suas altas.

No mercado de câmbio, o dólar comercial voltou a cair, fechando em queda de 0,87%, a R$ 4,873 na compra e a R$ 4,874 na venda. A moeda brasileira se valorizou frente à americana mesmo com o DXY avançando 0,33%.

O Banco Central espera estar chegando ao fim de seu atual ciclo de aperto monetário, embora essa expectativa ainda dependa de dados e o ciclo possa ser alongado caso o cenário exija, disse o diretor de política monetária da autarquia, Bruno Serra, na última quarta-feira.

A S&P Global Ratings revisou para baixo suas projeções para os crescimentos do Produto Interno Bruto (PIB) das principais economias do mundo, incluindo EUA, China e zona do euro, em meio à deterioração do cenário econômico global.

A Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou na última quarta-feira (18) que, em meio à destruição maciça de infraestrutura, fuga populacional e interrupção das atividades, a economia ucraniana deverá ter uma contração entre 30% e 50% em 2022. Já a Rússia deve contrair em cerca de 10% neste ano, atingida por sanções comerciais e financeiras.

Relatório FOCUS

A greve de alguns colaboradores do Banco Central afetou a divulgação do Boletim Focus da semana. Os trabalhadores querem reajustes de 5% no salário para todo o funcionalismo federal a partir de julho.

EXPECTATIVA

A inflação permanece no foco dos investidores, após uma semana negativa para as Bolsas, com preocupações sobre a escalada global de preços. O mercado segue bastante atento e sensível a novos sinais de aperto monetário, sobretudo nos Estados Unidos, onde a ata da última reunião do Comitê de Mercado Aberto (Fomc), do Federal Reserve, é um dos principais destaques.

No mercado interno, na terça (24), os investidores vão conhecer a prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) do mês de maio. O mercado espera por uma desaceleração, resultante da mudança da bandeira tarifaria de energia elétrica de escassez hídrica para verde.

Na quinta-feira (26) estão previstos os números do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). O Itaú acredita que o emprego no setor privado continuou a avançar em Brasil e se os números confirmarem isso, será o quarto mês consecutivo do Caged em território positivo.

No exterior, destaque é para a Atas da Reunião do FOCM que será divulgado na quarta (25) e para dados de atividade e inflação nos EUA.

Na sexta-feira, teremos os dados de gastos e renda das famílias americanas referentes a abril, bem como o deflator do consumo que é o principal índice de inflação monitorado pelo FED.

Por fim, haverá também a divulgação das prévias de maio dos índices PMI da Europa.

Sobre a nossa ótica, mantivemos a não recomendação de fundos de longuíssimo prazo (IMA-B 5+ E IDKA 20A), 5% em fundos de longo prazo (IMA-B TOTAL E FIDC/ CRÉDITO PRIVADO/ DEBÊNTURE) e 30% em fundos Gestão Duration.

Diante da expectativa de alta na taxa de juros fundos atrelados ao CDI tendem a ter bom desempenho, indicamos uma exposição de 15% em fundos de curto prazo (CDI), enquanto os fundos de médio prazo representam 10% de acordo com a nossa alocação tática.

Em relação aos fundos pré-fixados, não recomendamos a estratégia, pois diante da expectativa de alta na taxa de juros o desempenho destes fundos tende a ser afetado. Mantemos a sugestão para que os recursos necessários para fazer frente às despesas correntes sejam resgatados dos investimentos menos voláteis (IRF-M1, IDkA IPCA 2A).

Já para os títulos públicos, seguindo nossa ótica e diante das seguidas elevações na taxa de juros demonstram ser uma boa oportunidade. Recomendamos que a exposição seja feita primeiramente utilizando a marcação à mercado, e posteriormente quando atingindo o valor esperado, seja feita a transferência para marcação na curva.

Uma alternativa que vem se mostrando forte nos últimos tempos, e que possui boa expectativa, é a diversificação em fundos de investimento no exterior, recomendamos primeiramente a exposição em fundos com hedge com 5% para posteriormente realizar uma entrada gradativa em fundos que não utilizam hedge cambial também com 5%.

Quanto a fundos de ações atrelados a economia doméstica recomendamos a entrada gradativa de modo que o investidor fique atento a oportunidades da bolsa de valores, construindo um preço médio mais atrativo.

Para aqueles que enxergam uma oportunidade de investir recursos a preços mais baratos, municie-se das informações necessárias para subsidiar a tomada da decisão.

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