NOSSA VISÃO – 15/08/2022
RETROSPECTIVA
A inflação nos EUA está estável, em um acumulado de 12 meses passou a ser 8,5% frente aos 9,1% obtido em junho, mostrando um alívio. Essa queda, se deu por conta da diminuição no preço da gasolina.
Fed alertou investidores que ainda estão longe da meta de conter a inflação, o rumo de juros dos Estados Unidos deve continuar para cima até que a inflação volte para meta de 0,2%.
O IPCA de julho teve um recuo de 0,68 %, a maior deflação da história do Brasil desde 1980, acumulando alta de 10,07% em 12 meses. Julho foi um mês influenciado pela redução de impostos sobre os preços de energia elétrica, combustíveis e telecomunicações.
Na Europa, os governos estão com planos para economizar energia, no momento de forte calor e também por estarem com menos gás por conta da guerra da Ucrânia.
O Rio Reno, rio mais importante da Europa, que é usado para transporte de suprimentos, está ficando muito seco, está começando a ficar não navegável. Com a seca, pode agravar ainda mais a crise na Europa, que vem enfrentando um risco de recessão, consequentemente pode prejudicar no transporte de combustível, comida e obviamente pode pressionar a inflação.
Os estrangeiros voltaram a investir na bolsa brasileira, somente em dois pregões esse mês não houveram capital estrangeiro.
Ibovespa terminou a semana em alta de 5,91%, cravando a quarta semana consecutiva de ganhos do índice na casa dos 112.764 pontos. Já o dólar recuou em 1,64%, passando a valer R$ 5,0725.
Petrobrás diminuiu o preço do diesel nas distribuidoras pela segunda vez no mês, a redução se deu em 4%.
Banco do Brasil divulgou seu resultado no 2º trimestre, por mais que seja um banco estatal, ele teve um desempenho melhor do que os bancos privados, com um lucro de R$ 7,8 bilhões, superando as expectativas, em mais de 40% do que o previsto.
RELATÓRIO FOCUS
Para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a projeção diminuiu de 7,11% para 7,02% em 2022. Para 2023, a previsão para o IPCA aumentou de 5,36 % para 5,38%. Para 2024, aumentou de 3,30% para 3,41%. Para 2025, as projeções ficaram em 3,00%.
A projeção para o PIB (Produto Interno Bruto) aumentou de 1,98% para 2,00% em 2022 e para 2023, aumentou de 0,40% para 0,41%. Para 2024 a projeção também teve um aumento de 1,70% para 1,80%, e para 2025, ficou na casa dos 2,00%.
Para a taxa de câmbio em 2022 e 2023, o valor estagnou em R$5,20. Para o ano de 2024, a projeção permaneceu em R$5,10, assim como em 2025 a projeção aumentou de R$5,15 para R$ 5,17.
Para a taxa Selic, a projeção para 2022 permaneceu em 13,75% em 2022. Para 2023 estagnou para 11%, ficando em 8,00% para 2024. Fechando as projeções da semana, a projeção para a taxa Selic manteve-se em 7,50% para o ano de 2025.
PERSPECTIVAS
Para essa semana vamos ter o fim da temporada de balanços, vencimento de opções na B3, proxy do PIB divulgada pelo BC referente a junho e além de dados da inflação por aqui, a ata do Comitê de Política Monetária dos EUA (o FOMC), podendo dar uma pista de quanto os juros vão subir por lá e a divulgação da segunda prévia do PIB do 2º Trimestre da Zona do Euro.
Quanto a nossa recomendação, sugerimos cautela ao assumir posições mais arriscadas no curto prazo, a volatilidade nos mercados deve se manter ainda sem desenhar um horizonte claro, em razão principalmente pelo nosso cenário político.
Porém, os títulos públicos principalmente na parte curta, além de fundos de vértice, muitos RPPS aderiram por conta da recessão e havendo oportunidades a quem quiser ingressar.
Mantivemos a não recomendação de fundos de longuíssimo prazo (IMA-B 5+) 5% em fundos de longo prazo (IMA-B TOTAL E FIDC/ CRÉDITO PRIVADO/ DEBÊNTURE) e 25% em fundos Gestão Duration.
No desempenho de renda fixa, médio prazo além dos índices pôs fixados (IDKA IPCA 2A e IMA-B 5) recomendamos também a entrada gradativa em fundos atrelados ao IRF-M, chegando ao patamar de 5%.
Quanto a exposição em curto prazo, recomendamos fundos atrelados ao CDI e também ao IRF-M1 na totalidade de 15%.
Com o COPOM sinalizando que deve continuar com ciclo de alta em menor proporção e posteriormente uma manutenção se a inflação continuar resistente mediante a política de juros, pode se entender que o mercado está precificando que os índices em médio prazo irão cair, passando parte da nossa estratégia para pré-fixados.
Uma alternativa que vem se mostrando forte nos últimos tempos, e que possui boa expectativa, é a diversificação em fundos de investimento no exterior, recomendamos a exposição de 10% em fundos que não utilizam hedge cambial.
Quanto a fundos de ações atrelados a economia doméstica recomendamos a entrada gradativa de modo que o investidor fique atento a oportunidades da bolsa de valores, construindo um preço médio mais atrativo.
Para aqueles que enxergam uma oportunidade de investir recursos a preços mais baratos, municie-se das informações necessárias para subsidiar a tomada da decisão.