NOSSA VISÃO – 11/04/2022
RETROSPECTIVA
O Ibovespa (IBOV) quebrou a sequência de três sessões consecutivas de perdas, mas logo voltou a apresentar novas baixas.
O índice fechou em queda de 0,45% na sexta-feira (8), a 118.322,26 pontos. Com isso, o Ibovespa marca uma queda de 2,7% na semana, pondo fim a uma sequência de três semanas de ganhos.
As empresas de tecnologia e varejo foram responsáveis pela maior pressão. Via (VIIA3), Americanas S.A. (AMER3) e Magazine Luiza (MGLU3) lideraram as perdas na sexta-feira (8), refletindo os dados de inflação divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Após três pregões consecutivos de ganhos firmes, em que experimentou uma valorização de 2,88% e ameaçou romper o patamar R$ 4,75, o dólar voltou a cair no mercado doméstico de câmbio na sessão da sexta-feira, 8, esboçando se situar novamente abaixo de R$ 4,70. O principal indutor do tombo da moeda americana por aqui foi uma onda de redução de posições defensivas no mercado futuro, insuflada pela expectativa de que a taxa Selic ultrapasse 13% e, quiçá, atinja 14% nos próximos meses.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 1,62% em março, maior taxa para o mês desde 1994, antes da implantação do Plano Real. Já o resultado acumulado em 12 meses atingiu a marca de 11,3%. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na manhã da sexta-feira (8). Como esperado, o maior peso para o índice voltou a ser dos combustíveis, que tiveram alta de 6,70% – após um recuo de 0,47% no mês anterior. O aumento é resultado do reajuste de preços anunciado pela Petrobras (PETR4) no início de março, justificado pela disparada do petróleo no mercado internacional. No mês passado, o barril da commodity chegou a ultrapassar os US$ 130.
Na última semana a Ucrânia se manteve “disposta” a negociar com a Rússia, embora os diálogos estejam suspensos desde a descoberta de atrocidades em várias cidades próximas a Kiev após a retirada das tropas de Moscou, informou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
RELATÓRIO FOCUS
Banco Central adiou nesta segunda-feira a divulgação do boletim Focus e outros indicadores econômicos. Os servidores da autoridade monetária iniciaram uma greve na sexta-feira (1), onde cobram um reajuste salarial de 26,3% e restruturações de carreiras. Entre a sexta-feira passada e esta segunda-feira, a adesão à greve está entre 60% e 70%, em segundo o sindicato responsável pela categoria. Mediante esse cenário, os dados não serão divulgados entre esta segunda feira, segundo notificou a autarquia federal.
PERSPECTIVAS
Esta será uma semana ocupada para os mercados, embora curta, com a publicação dos dados de inflação dos EUA e a temporada de resultados do primeiro trimestre se iniciando em Wall Street. A inflação pode alcançar novos patamares recordes de décadas. Inflação e dados econômicos nos EUA, e os números serão divulgados na quarta-feira (13).
No calendário econômico brasileiro, destaque é para a divulgação dos índices ligados à atividade econômica quarta-feira (13). A expectativa é que as vendas no varejo tenham retraído mensalmente 1% e avanço anual de 0,1% em fevereiro, após registrar, respectivamente, baixa de 1,9% e alta de 0,8%. Enquanto espera-se que o crescimento do setor de serviços tenha sido mensalmente em 0,8% e anualmente de 8,4% no segundo mês do ano, reagindo à queda mensal de 0,1% e desacelerando ao avanço anual de 9,5% em janeiro. Os dois indicadores são divulgados pelo IBGE.
A divulgação do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) está agendada para quinta-feira. Com a greve dos servidores da autoridade monetária, não se sabe se o calendário será seguido, pois na última semana foram suspensas as divulgações dos números das Transações Correntes, Investimento Direto Estrangeiro, Contas Fiscais e Relatório de Crédito, além dos semanais Boletim Focus e Fluxo Cambial Estrangeiro.
Reunião de política monetária, o BCE deverá realizar a sua próxima reunião de política monetária na quinta-feira e, embora a inflação na zona do euro esteja a um nível recorde de 7,5%, alimentada em grande parte pela aceleração dos custos de energia, seus dirigentes estão relutantes em apertar a política monetária em meio à incerteza quanto aos impactos da guerra na Ucrânia sobre a economia do bloco. Ressaltando que os bancos centrais do Canadá e da Nova Zelândia têm reunião marcada para a quarta-feira, com a expectativa dos observadores do mercado de que os dirigentes de ambos realizem seus maiores aumentos de juros em 20 anos, em meio a uma inflação em disparada em todo o mundo.
Sobre a nossa ótica, mantivemos a não recomendação de fundos de longuíssimo prazo (IMA-B 5+ E IDKA 20A), 5% em fundos de longo prazo (IMA-B TOTAL E FIDC/ CRÉDITO PRIVADO/ DEBÊNTURE) e 30% em fundos Gestão Duration. Diante da expectativa de alta na taxa de juros fundos atrelados ao CDI tendem a ter bom desempenho, indicamos uma exposição de 15% em fundos de curto prazo (CDI), enquanto os fundos de médio prazo representam 10% de acordo com a nossa alocação tática.
Em relação aos fundos pré-fixados, não recomendamos a estratégia, pois diante da expectativa de alta na taxa de juros o desempenho destes fundos tende a ser afetado. Mantemos a sugestão para que os recursos necessários para fazer frente às despesas correntes sejam resgatados dos investimentos menos voláteis (IRF-M1, IDkA, IPCA 2A). Já para os títulos públicos, seguindo nossa ótica e diante das seguidas elevações na taxa de juros demonstram ser uma boa oportunidade. Recomendamos que a exposição seja feita primeiramente utilizando a marcação à mercado, e posteriormente quando atingindo o valor esperado, seja feita a transferência para marcação na curva.
Uma alternativa que vem se mostrando forte nos últimos tempos, e que possui boa expectativa, é a diversificação em fundos de investimento no exterior, recomendamos primeiramente a exposição em fundos com hedge com 5% para posteriormente realizar uma entrada gradativa em fundos que não utilizam hedge cambial também com 5%. Quanto a fundos de ações atrelados a economia doméstica recomendamos a entrada gradativa de modo que o investidor fique atento a oportunidades da bolsa de valores, construindo um preço médio mais atrativo.
Quanto a fundos de ações atrelados a economia doméstica recomendamos a entrada gradativa de modo que o investidor fique atento a oportunidades da bolsa de valores, construindo um preço médio mais atrativo. Para aqueles que enxergam uma oportunidade de investir recursos a preços mais baratos, municie-se das informações necessárias para subsidiar a tomada da decisão.