RETROSPECTIVA
No Brasil, tivemos um cenário com preço do barril mais pressionado, podendo ser um fator de pressão para a inflação, e onde foi um dos principais “vilões” no ano de 2021.
Por outro lado, a alta de juros, desaceleração da atividade e possível redução na cobrança extra na tarifa de energia, contribuem para um cenário melhor em relação a inflação.
Em declaração, o presidente do Banco Central, afirmou que a inflação acumulada em doze meses, está próxima do pico e o ciclo de alta da taxa de juros está próximo do fim.
Sobre o fiscal, após a constatação de que as despesas no orçamento federal foram subestimadas em 9 bilhões, aumentou o desgaste do governo para negociar cortes necessários.
Seguindo o ciclo de alta observado na semana passada, o Ibovespa encerrou novamente a semana com alta de +1,9% em quase 109 mil pontos.
Segundo a expectativa do mercado, existe grande possibilidade do FED entregar 04 elevações de na taxa básica de juros, e não 03, como divulgado pela instituição.
O dólar conseguiu se fortalecer contra as demais moedas fortes na última semana.
O Nasdaq acumula uma queda de mais de 9% no ano, enquanto o S&P caiu mais de 4% no mês de janeiro.
Já na China, tivemos o crescimento do PIB em 4% no último trimestre de 2021 em comparação com o mesmo período de 2020. Com esse resultado, a economia chinesa cresceu cerca 8,1% em 2021.
O governo chinês, sinalizou a possibilidade de redução de imposto e medidas para apoiar o investimento em infraestrutura e o setor imobiliário, que foram bastante afetados em 2021 por medidas regulatórias.
Outro destaque dessa última semana, foi para a alta do preço do barril do petróleo, que mesmo com relatos sobre um plano coordenado entre Estados Unidos e China para lançar mão de reservas estratégicas.
Outro fato que contribuiu para a alta, foram as questões geopolíticas entre Rússia e Ucrânia, que se intensificaram nos últimos dias.
RELATÓRIO FOCUS
Para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a projeção aumentou de 5,09% para 5,15% em 2022. Para 2023, a previsão para o IPCA se manteve em 3,40%. Para 2024, as estimativas se mantiveram em 3,00%. Para 2025, as projeções ficaram em 3,00%.
A projeção para o PIB (Produto Interno Bruto) se manteve em 0,29% em 2022. Para 2023, a estimativa caiu de 1,75% para 1,69%. Para 2024 a projeção se manteve em 2,00%, e para 2025, a projeção também se manteve em 2,00%.
Para a taxa de câmbio em 2022, o valor se manteve em R$5,60. Para 2023, a projeção aumentou de R$5,46 para R$ 5,50. Para o ano de 2024, a projeção se manteve em R$ 5,40 e para 2025 a projeção caiu de R$ 5,40% para R$ 5,39.
Para a taxa Selic em 2022, a projeção se manteve em 11,75%. No ano seguinte, a projeção manteve a mesma para 8,00%. Em 2024 e 2025, as projeções também se mantiveram em 7,00%.
PERSPECTIVAS
No Brasil, o destaque dessa semana fica para a prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) de janeiro, que será divulgado no dia 26/01, antes da abertura da bolsa.
Outro fato positivo, é a recuperação da capacidade dos reservatórios, que vem trazendo alívios para as hidroelétricas. A capacidade dos reservatórios no Nordeste subiu de 51% em janeiro de 2021 para 73% agora. No Norte, foi de 31% para 86%, enquanto no Sudeste e Centro-Oeste subiu de 23% para 38% este ano.
Já nos Estados Unidos, as atenções se voltam para a reunião Fed que irá começar durante essa semana, e ao final do encontro deverá anunciar algumas decisões. Segundo os especialistas, acredita que o Fed usará a reunião para comunicar um aumento, em março, de 0,25 ponto percentual nos juros, para combater as pressões inflacionárias nos EUA.
O conflito e possível invasão da Rússia na Ucrânia, vem trazendo bastante tensão ao redor do mundo. Muitos veículos de comunicação, divulgaram que tanto EUA como o Reino unido, se preparam para enviar soldados e equipamentos militares para a Ucrânia.
Essa semana, também teremos a divulgação do PMI (índice de Gerente de Compra), de muitos países, entre eles, China, EUA, França, Reino unido, além da União Europeia.
Quanto as expectativas com relação ao Brasil, é fundamental acompanhar as decisões do Bancos Centrais em relação a política monetária, que indica permanecer com medidas contracionistas para os próximos períodos devido a aceleração da inflação.
A preocupação com o quadro fiscal, o grave endividamento do país, segue sendo um tema de preocupação, principalmente devido as manobras do governo para ampliar o teto de gastos.
Outro fator que tende a trazer um cenário mais desafiador é a antecipação da corrida eleitoral, onde há uma expectativa de alta polarização entre os candidatos à presidência.
Sendo assim, permanece a recomendação de cautela ao assumir posições mais arriscadas no curto prazo, a volatilidade nos mercados deve se manter ainda sem desenhar um horizonte claro, em razão principalmente pelo nosso cenário político.
Sobre a nossa ótica, mantivemos a não recomendação de fundos de longuíssimo prazo (IMA-B 5+ E IDKA 20A), 5% em fundos de longo prazo (IMA-B TOTAL E FIDC/ CRÉDITO PRIVADO/ DEBÊNTURE) e 30% em fundos Gestão Duration.
Já em fundos de médio e curto prazo, houve alterações. Diante da expectativa de alta na taxa de juros fundos atrelados ao CDI tendem a ter bom desempenho, indicamos uma maior porcentagem de exposição em fundos de curto prazo (CDI), que agora passa a ser 15%, enquanto os fundos de médio prazo, passam a representar 10% de acordo com a nossa alocação tática.
Em relação aos fundos pré-fixados, não recomendamos a estratégia, pois diante da expectativa de alta na taxa de juros o desempenho destes fundos tende a ser afetado. Mantemos a sugestão para que os recursos necessários para fazer frente às despesas correntes sejam resgatados dos investimentos menos voláteis (IRF-M1, IDkA IPCA 2A).
Já para os títulos públicos, seguindo nossa ótica e diante das seguidas elevações na taxa de juros demonstram ser uma boa oportunidade. Recomendamos que a exposição seja feita primeiramente utilizando a marcação à a mercado, e posteriormente quando atingindo o valor esperado, seja feita a transferência para marcação na curva.
Uma alternativa que vem se mostrando forte nos últimos tempos, e que possui boa expectativa, é a diversificação em fundos de investimento no exterior, recomendamos primeiramente a exposição em fundos com hedge com 5% para posteriormente realizar uma entrada gradativa em fundos que não utilizam hedge cambial também com 5%.
Quanto a fundos de ações atrelados a economia doméstica recomendamos a entrada gradativa de modo que o investidor fique atento a oportunidades da bolsa de valores, construindo um um preço médio mais atrativo.
Para aqueles que enxergam uma oportunidade de investir recursos a preços mais baratos, municie-se das informações necessárias para subsidiar a tomada da decisão.