NOSSA VISÃO – 21/06/2021
RETROSPECTIVA
A semana foi marcada pelas decisões dos Bancos Centrais, principalmente pelas ações do Fed, indicando uma possível antecipação da normalização na política monetária, agora prevista para 2023, em virtude da aceleração da inflação.
O teor do comunicado emitido pelo Fomc (Federal Open Market Committee) o Comitê Federal de Mercado Aberto, sinalizou a propensão de um endurecimento da política monetária para conter a inflação antes do anteriormente previsto.
Apesar do comunicado impactar diretamente os ativos de risco em todo o mundo, derrubando a maioria dos indicadores durante a semana, por sinalizar um possível fim para o excesso de liquidez por lá, o crescimento americano deve continuar a dar o tom dos mercados pelos próximos meses.
O Fomc manteve a taxa de juros entre 0 e 0,25% e o ritmo de compra de títulos nos patamares atuais, fato que mantem positiva as perspectivas de para o Real, que vem se valorizando frente ao dólar no curto prazo, nos últimos dois meses, o Real já se valorizou 8,20%.
No mercado internacional, a discussão em relação a inflação segue latente, diferente do Brasil, que possui um histórico inflacionário negativo, o tema é de certa forma novidade em grande parte dos países desenvolvidos, e o processo recuperação mais robusto alimenta a discussão.
Já por aqui, o Copom, através do Banco central, elevou a taxa de juros em 0,75% p.p. chegando a 4,25%, com perspectiva de fechamento de 6,50% para o final do ano, o que fecharia o ciclo de alta da taxa em um patamar que zeraria os estímulos monetários.
O tom do comunicado foi bem diferente do último, desta vez, ficou mais claro a normalização total da política monetária ao final do ano, com isso o Banco Central utiliza das ferramentas que dispõe para acomodar a inflação dentro do centro da meta em 2022.
Na semana, o Ibovespa, já precificando os movimentos dos Bancos Centrais, recuou (0,80%) e o Dólar (1,01%). Se de um lado o crescimento econômico já está refletido no preço dos ativos, por outro resta saber se a inflação norte americana é transitória ou não.
De todo modo, o nosso mercado que sofre pressão dos dois lados, tanto positivas, quanto negativas, e espera um gatinho mais expressivo para deslanchar, entretanto permanecemos na semana próximo ao patamar histórico alcançado.
Os mercados Asiáticos repercutiram as decisões dos mercados Ocidentais em relação a taxa de juros, em principal a decisão do Fed. O banco Central Japonês manteve a taxa de juros, sinalizou a extensão dos empréstimos para as empresas afetadas pela pandemia e adicionou uma linha de crédito voltada às mudanças climáticas.
Na Europa, as bolsas derraparam ao final da semana, de olho nos Bancos Centrais, indicadores econômicos, e a oferta de vacina, tendo em vista que já se projeta uma desaceleração no ritmo de vacinação Europeu.
Aliado a isso, a declaração de James Bullard, membro do Fed, sinalizando que o banco central poderia começar a elevar as taxas já no final de 2022, contribuiu para o fechamento ruim da semana por lá
RELATÓRIO FOCUS
Para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a projeção subiu, de 5,82% para 5,90% em 2021. Para 2022, a previsão ficou em 3,78%. Para 2023 e 2024, as estimativas ficaram em 3,25%.
A projeção para o PIB (Produto Interno Bruto) subiu, de 4,85% para a 5,00% em 2021. Para 2022, a estimativa caiu de 2,20% para 2,10%. Para 2023 e 2024, as projeções ficaram em 2,50%.
Para a taxa de câmbio, a estimativa caiu de R$5,18 para R$5,10 em 2021. Para 2022, o valor também ficou em R$ 5,20. Para 2023, a projeção ficou em R$5,10. Em 2024, a taxa ficou em R$5,00.
Para a taxa Selic, os analistas elevaram as estimativas de 6,25% para 6,50% em 2021. A estimativa ficou em 6,50% para 2022. Em 2023 e 2024, a projeção foi mantida em 6,50%.
PERSPECTIVA
Observaremos durante a semana, a Ata do Copom, que trará com mais detalhes a leitura do Banco Central em relação ao cenário econômico atual, além da divulgação do PIB do primeiro trimestre dos Estados Unidos.
Um ponto de atenção é em relação a crise hídrica que passamos, principalmente devido a sua contribuição para a aceleração da inflação, uma vez que os reservatórios estão em baixa, e devido ao seu peso de importância não estar sendo contabilizado nas previsões do PIB, podendo ser um ponto de susto para os próximos períodos.
As expectativas positivas em relação ao Brasil, passam por um processo de imunização mais eficiente.
Teremos agora que acompanhar as decisões do Bancos Centrais em relação a política monetária, que indica seguir com medidas contracionistas, tendo em vista o plano de vacinação em prática, a aceleração da inflação e os estímulos que seguem sendo despejados na economia.
Os dados indicam uma pressão no curto prazo nos preços ao consumidor amplo e isto pode levar o Banco Central a intensificar as discussões sobre o ritmo das reformas.
Podendo se esperar mais mudanças na taxa de juros no futuro próximo, como já é adiantado no relatório semanal do Banco central.
A partir disso, teremos que avaliar o andamento de reformas e em qual intensidade será elaborada, agora com a Câmara e Senado definido.
Devemos observar também o processo de imunização da população brasileira com novas vacinas podendo entrar no plano inicial e agora com possível produção nacional com a ButantanVac.
A preocupação com o quadro fiscal, o grave endividamento e teto de gastos, restando apenas esperar que o acordado seja respeitado, caso o desajuste fiscal aconteça, além de gerar desconfiança dos investidores estrangeiros, geraria um aumento inesperado e brusco na taxa de juros, por esse motivo, e do risco Brasil, fato que seria prejudicial para a o momento atual da economia.
Situação que o Brasil vem tentando evitar ao longo dos últimos anos, reconquistar os investidores estrangeiros, a partir de um quadro fiscal mais bem elaborado, uma agenda de reformas estruturais, que ocasionalmente levaria o Brasil a um controle maior sobre as receitas e gastos governamentais.
Apesar de todas as oscilações de mercado, as expectativas seguem sendo o plano de vacinação contra a Covid-19 e toda a pauta de reforma que segue sem definição pelo governo.
O mais recomendado para o atual momento é a cautela ao assumir posições mais arriscadas no curto prazo, a volatilidade nos mercados deve se manter sem ainda a desenhar um horizonte claro, em razão principalmente pelo nosso cenário político.
Mantemos nossa recomendação de adotar cautela nos investimentos e acompanhamento diário dos mercados e estratégias. Mantemos a sugestão para que os recursos necessários para fazer frente às despesas correntes sejam resgatados dos investimentos menos voláteis (CDI, IRF-M1, IDkA IPCA 2A). Para o IMA-B que é formado por títulos públicos indexados à inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que são as NTN-Bs (Notas do Tesouro Nacional – Série B ou Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais), não estamos recomendando o aporte no segmento, com a estratégia de alocação em 5%, sendo indicado para os RPPS que possuem porcentagem igual ou maior, aos que possuírem porcentagem inferior a 5%, recomendamos a não movimentação no segmento. Para aqueles que enxergam uma oportunidade de investir recursos a preços mais baratos, municie-se das informações necessárias para subsidiar a tomada da decisão.
* Aos clientes que investem em Fundos de Participações e Fundos Imobiliários em percentual superior a 2,5% em cada, reduzir a exposição aos Fundos de Ações na proporção desse excesso.
Indicadores Diário – 18/06/2021
Índices de Referência – Maio/2021