NOSSA VISÃO – 31/05/2021
RETROSPECTIVA
Semana positiva para os mercados globais, os dados econômicos dos Estados Unidos foram o destaque, devido a segunda revisão em relação ao PIB, de acordo com o escritório de estatísticas do BEA (Bureau of Economic Analysis).
Com alta de 6,3% no primeiro trimestre de 2021, em dados anualizados, o dado reflete a continuação da recuperação econômica norte americana. A alta foi superior à registrada no trimestre anterior, de 4,3%.
Os números de pedidos de auxílio-desemprego foram os menores desde o início da pandemia, evidenciando o aquecimento do mercado de trabalho por lá, além da proposta orçamentaria de 2022 ser robusta, elevando os gastos do governo a níveis equiparável aos níveis observados na segunda guerra mundial.
De acordo com Biden, o orçamento de 6 trilhões de dólares seria para “reinventar” a economia americana, que se aprovada pelo Congresso, levará o país a uma dívida recorde. O objetivo geral é deixar os Estados Unidos mais competitivo em relação aos seus “adversários”.
Por aqui, o Ibovespa fechou a semana com um novo recorde, seis meses após o anterior, puxado pelo ambiente externo favorável e pela divulgação de dados, tanto a nacional como a global.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou na semana a projeção para o PIB, prevendo crescimento de 3,7% em 2021 e 2,5% em 2022, impulsionado pela recuperação do consumo das famílias.
A entidade também projetou a inflação, com uma aceleração no curto prazo para o IPCA, chegando a 6,2% para esse ano, já fora do centro da meta, e uma desaceleração em 2022, chegando a 4%.
No dia (25/05) conhecemos o IPCA-15 de maio, considerado como a prévia da inflação oficial do país, que ficou em 0,44% em maio, que apensar de apresentar uma desaceleração em relação ao mês anterior, é o maior percentual para o mês desde 2016.
A maior pressão inflacionaria no mês veio através do setor de energia elétrica, devido ao mês de maio começar a vigorar a “Bandeira Vermelha” da Aneel, que representa o aumento de R$4,169 para cada 100 kWh. O IPCA-15 dispara em 12 meses para 7,25%, superando com boa margem a meta do governo, que é de 5,25%.
Na Europa, os mercados passam por um bom momento, devido ao avanço no processo de vacinação, possibilitando a reabertura de várias economias no continente, além de aproveitar do bom momento global, que passa por um momento de mais propensão a risco.
Na Ásia, as principais bolsas sustentaram alta na semana, de olho nos indicadores econômico dos Estados Unidos e o processo de vacinação acelerado em âmbito nacional. Na China, o lucro das empresas evoluiu em um ritmo mais lento em abril, acalmando as preocupações sobre um possível aperto monetário por parte do Banco Central.
Em resumo, na semana, o Ibovespa subiu 2,42%, o Dow Jones 0,19%, o Nasdaq 0,09% e o S&P 500 0,08%.
RELATÓRIO FOCUS
Para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a projeção subiu, de 5,24% para 5,31%. Para 2022, a previsão para o IPCA saiu de 3,67% para 3,68%. Para 2023 e 2024, as estimativas ficaram em 3,25%.
A projeção para o PIB (Produto Interno Bruto) saiu de 3,52% para a 3,96% em 2021. Para 2022, a estimativa caiu de 2,30% para 2,25%. Para 2023 e 2024, as projeções ficaram em 2,50%.
A taxa de câmbio ficou em R$5,30 em 2021. Para 2022, a taxa ficou em R$5,30 para R$5,30. Para 2023, a projeção saiu de R$5,20 para R$5,19. Em 2024, de R$5,08 para R$5,05.
Para a taxa Selic, os analistas revisaram de 5,50% para 5,75% em 2021, a estimativa ficou em 6,50% em 2022. Para os próximos dois anos seguintes, a projeção foi mantida para 6,50
PERSPECTIVA
Observaremos durante a semana o desenrolar da CPI do Covid, que vem apresentando um grau de sensibilidade considerável em relação aos ativos de risco do Brasil, além da sessão do Congresso Nacional marcada para terça-feira (1) que pode resolver os impasses envolvendo o Orçamento de 2021.
Aguardaremos também, durante a semana, a divulgação do PIB do primeiro trimestre, onde a expectativa gira em torno de confirmar a evolução da economia brasileira.
As expectativas positivas em relação ao Brasil, passam por um processo de imunização mais eficiente.
Teremos agora que acompanhar as decisões do Bancos Centrais em relação a política monetária, que indica seguir com medidas contracionistas, tendo em vista o plano de vacinação em prática, a aceleração da inflação e os estímulos que seguem sendo despejados na economia.
Os dados indicam uma pressão no curto prazo nos preços ao consumidor amplo e isto pode levar o Banco Central a intensificar as discussões sobre o ritmo das reformas.
Podendo se esperar mais mudanças na taxa de juros no futuro próximo, como já é adiantado no relatório semanal do Banco central.
A partir disso, teremos que avaliar o andamento de reformas e em qual intensidade será elaborada, agora com a Câmara e Senado definido.
Devemos observar também o processo de imunização da população brasileira com novas vacinas podendo entrar no plano inicial e agora com possível produção nacional com a ButantanVac.
A preocupação com o quadro fiscal, o grave endividamento e teto de gastos, restando apenas esperar que o acordado seja respeitado, caso o desajuste fiscal aconteça, além de gerar desconfiança dos investidores estrangeiros, geraria um aumento inesperado e brusco na taxa de juros, por esse motivo, e do risco Brasil, fato que seria prejudicial para a o momento atual da economia.
Situação que o Brasil vem tentando evitar ao longo dos últimos anos, reconquistar os investidores estrangeiros, a partir de um quadro fiscal mais bem elaborado, uma agenda de reformas estruturais, que ocasionalmente levaria o Brasil a um controle maior sobre as receitas e gastos governamentais.
Apesar de todas as oscilações de mercado, as expectativas seguem sendo o plano de vacinação contra a Covid-19 e toda a pauta de reforma que segue sem definição pelo governo.
O mais recomendado para o atual momento é a cautela ao assumir posições mais arriscadas no curto prazo, a volatilidade nos mercados deve se manter sem ainda a desenhar um horizonte claro, em razão principalmente pelo nosso cenário político.
Mantemos nossa recomendação de adotar cautela nos investimentos e acompanhamento diário dos mercados e estratégias. Mantemos a sugestão para que os recursos necessários para fazer frente às despesas correntes sejam resgatados dos investimentos menos voláteis (CDI, IRF-M1, IDkA IPCA 2A). Para o IMA-B que é formado por títulos públicos indexados à inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que são as NTN-Bs (Notas do Tesouro Nacional – Série B ou Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais), não estamos recomendando o aporte no segmento, com a estratégia de alocação em 5%, sendo indicado para os RPPS que possuem porcentagem igual ou maior, aos que possuírem porcentagem inferior a 5%, recomendamos a não movimentação no segmento. Para aqueles que enxergam uma oportunidade de investir recursos a preços mais baratos, municie-se das informações necessárias para subsidiar a tomada da decisão.
* Aos clientes que investem em Fundos de Participações e Fundos Imobiliários em percentual superior a 2,5% em cada, reduzir a exposição aos Fundos de Ações na proporção desse excesso.
Indicadores Diário – 28/05/2021
Índices de Referência – Abril/2021