NOSSA VISÃO – 03/05/2021
RETROSPECTIVA
Semana marcada pela agenda de resultados corporativos do primeiro trimestre, que em grande parte superaram as expectativas, gerando otimismo nos mercados globais, entretanto não foram suficientes para elevar os patamares em bolsa, mas serviu como sustentação para o atual momento.
A divulgação de dados de conjuntura acaba provocando de maneira natural alguns ajustes de posições no mercado, como realização de lucros e rotação entre ativos.
Nos Estados Unidos, os índices de mercado oscilaram bastante durante a semana, sendo influenciados pelo resultado acima do esperado das ações de tecnologia e pelas declarações do Federal Reserve referentes a política monetária, que se manterá no patamar atual.
Porém o grande destaque na semana foi o PIB dos Estados Unidos, que disparou no primeiro trimestre de 2021 para 6,4%, entretanto ao final da semana, o mercado se ajustou e realizou, ocasionando um recuo em (0,49%) no Dow Jones e (0,38%) na Nasdaq.
Contrapondo a semana passada, onde as preocupações em relação aos aumentos dos impostos foram mais latentes, na semana o consenso de mercado indicou uma expectativa oposta, onde a medida tenha dificuldade em atingir aprovação de 100% do congresso e ser aprovada.
Em relação a política monetária global, a indicação por parte dos Norte Americanos em manter os estímulos, causou um enfraquecimento do dólar em relação as outras moedas. Atingindo o Brasil, onde o real se valorizou em 1,27% na semana, podendo ser explicado pela perspectiva de aumento de juros, aumentando o spread atual e a flexibilidade monetária dos Estados Unidos.
Por aqui, o mercado reagiu a descompressão do risco fiscal devido a resolução das questões pendentes no orçamento, e ainda que a situação ainda não esteja em conforme com as expectativas, a sensação de colapso ficou mais distante, acalmando os ânimos dos investidores.
O que continua gerando preocupação aos investidores são os temas relacionados a pandemia, como a agenda de vacinação, eventuais novas ondas de contaminação, a adoção de mais medidas restritivas, a extensão do auxílio emergencial e o desgaste político.
Entretanto, o que podemos visualizar no atual momento, é uma agenda de vacinação dentro das expectativas, levando em consideração o atraso inicial e a curva de contaminação e obtidos em declínio.
A CPI da Covid-19 e o processo de vacinação fizeram o movimento da semana, onde, tivemos um recuo do Ibovespa em (1,27%), entretanto no mês de abril tivemos a valorização de 1,93%, mas permanecemos com o recuo de (0,10%) no acumulado em 2021.
O Brasil se manteve no 3º lugar no ranking pela plataforma do Johns Hopkins. São 14.8 milhões casos confirmados, sendo que o número de mortes está em 408 mil. São 13.1 milhões pessoas recuperadas (Base 03/05/2021).
Na Ásia e na Europa, o destaque se deu por conta dos resultados financeiros das grandes empresas, sustentando os índices nos patamares anteriormente alcançados.
RELATÓRIO FOCUS
Para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a projeção subiu de 5,01% para 5,04%. Para 2022, a previsão para o IPCA também subiu, de 3,60% para 3,61%. Para 2023 e 2024 as estimativas ficaram em 3,25%.
A projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) novamente subiu, de 3,09% para a 3,14% em 2021. Para 2022, a estimativa caiu 2,34% para 2,31%. Para 2023 e 2024, as projeções ficaram em 2,50%.
A taxa de câmbio ficou em R$5,40 para 2021. Para 2022, o valor ficou em R$5,40. Para 2023, a projeção saiu de R$5,17 para R$5,20. Para 2024, o valor ficou em R$5,08.
Para a taxa Selic, os analistas mantiveram os 5,50% em 2021, a estimativa saiu de 6,13% para 6,25% para 2022. Para os próximos dois anos seguintes, a projeção foi mantida para 6,50%.
PERSPECTIVAS
Observaremos durante a semana o desenrolar da CPI do Covid e a decisão do Copom, onde o BACEN deve deliberar sobre a política de juros para os próximos 45 dias.
As expectativas positivas em relação ao Brasil, passam por um processo de imunização mais eficiente, e ao que parece, podemos estar próximos dessa aceleração.
Teremos agora que acompanhar as decisões do Bancos Centrais em relação a política monetária, que indica seguir com medidas contracionistas, tendo em vista o plano de vacinação em prática, a aceleração da inflação e os estímulos que seguem sendo despejados na economia.
Podendo se esperar mais mudanças na taxa de juros no futuro próximo, como já é adiantado no relatório semanal do Banco central.
Devemos observar também, o desenrolar da PEC emergencial, que já em vigência aumenta o poder de compra dos consumidores e pode impactar a inflação de curto prazo.
A partir disso, teremos que avaliar o andamento de reformas e em qual intensidade será elaborada, agora com a Câmara e Senado definido.
Devemos observar também o processo de imunização da população brasileira com novas vacinas podendo entrar no plano inicial e agora com possível produção nacional com a ButantanVac.
A preocupação com o quadro fiscal, o grave endividamento e teto de gastos, restando apenas esperar que o acordado seja respeitado, caso o desajuste fiscal aconteça, além de gerar desconfiança dos investidores estrangeiros, geraria um aumento inesperado e brusco na taxa de juros, por esse motivo, e do risco Brasil, fato que seria prejudicial para a o momento atual da economia.
Situação que o Brasil vem tentando evitar ao longo dos últimos anos, reconquistar os investidores estrangeiros, a partir de um quadro fiscal mais bem elaborado, uma agenda de reformas estruturais, que ocasionalmente levaria o Brasil a um controle maior sobre as receitas e gastos governamentais.
Apesar de todas as oscilações de mercado, as expectativas seguem sendo o plano de vacinação contra a Covid-19 e toda a pauta de reforma que segue sem definição pelo governo.
Os dados indicam uma pressão no curto prazo nos preços ao consumidor amplo e isto pode levar o Banco Central a intensificar as discussões sobre o ritmo das reformas.
O mais recomendado para o atual momento é a cautela ao assumir posições mais arriscadas no curto prazo, a volatilidade nos mercados deve se manter sem ainda a desenhar um horizonte claro, em razão principalmente pelo nosso cenário político.
Mantemos nossa recomendação de adotar cautela nos investimentos e acompanhamento diário dos mercados e estratégias. Mantemos a sugestão para que os recursos necessários para fazer frente às despesas correntes sejam resgatados dos investimentos menos voláteis (CDI, IRF-M1, IDkA IPCA 2A). Para o IMA-B que é formado por títulos públicos indexados à inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que são as NTN-Bs (Notas do Tesouro Nacional – Série B ou Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais), não estamos recomendando o aporte no segmento, com a estratégia de alocação em 5%, sendo indicado para os RPPS que possuem porcentagem igual ou maior, aos que possuírem porcentagem inferior a 5%, recomendamos a não movimentação no segmento. Para aqueles que enxergam uma oportunidade de investir recursos a preços mais baratos, municie-se das informações necessárias para subsidiar a tomada da decisão.
* Aos clientes que investem em Fundos de Participações e Fundos Imobiliários em percentual superior a 2,5% em cada, reduzir a exposição aos Fundos de Ações na proporção desse excesso.
Indicadores Diário – 30/04/2021
Índices de Referência – Março/2021