NOSSA VISÃO 25/01/2021
RETROSPECTIVA
Semana tensa para o mercado acionário Brasileiro, as principais preocupações ao longo do segundo semestre de 2020, ficam cada vez mais latente agora em 2021, o quadro fiscal e os efeitos do Covid 19 impactaram negativamente o mercado.
Os efeitos do Covid-19 no Brasil segue sendo a principal preocupação, dentre as várias que o país coleciona, porém o cenário pode mudar com a chegada das vacinas, tema importante na semana devido ao atraso na agenda estipulada e ausência de vacinas, fato que gerou receio aos investidores na semana.
O clima político por aqui segue conturbado, ainda sem definições nas principais casas, aliado as declarações polêmicas do presidente Jair Bolsonaro, acabam por tornar um ambiente volátil para se investir, desfavorecendo a retomada do apetite ao risco por parte dos investidores.
Nos Estados Unidos o clima é diferente, o ambiente positivo conquistado vem refletindo no mercado, levando os principais índices a alcançarem recordes de pontuação. Durante a semana tivemos a posse de Joe Biden e Kamala Harris, com um discurso pacífico, Biden iniciou atendendo as expectativas.
Ao ingressar ao poder, Biden declarou medidas, como a volta ao Pacto ambiental de Paris e retorno para a OMS (Organização Mundial da Saúde), também suspendeu o oleoduto, que levaria petróleo do Canadá até o Texas, cruzando os Estados Unidos de norte a sul e a polemica construção do muro na fronteira com o México.
Por lá, ainda pode ser aprovado um novo auxílio fiscal até março. Já se especula que seja abaixo da expectativa de mercado, mas ainda sim é muito bem visto aos olhos dos investidores. Em paralelo a tudo isso, o agora ex-presidente Donald Trump tem seu processo de impeachment aprovado na Câmara e segue para o Senado.
Na Zona do Euro, as atenções se voltaram para o fim da reunião do BC Europeu, que manteve mais uma vez a taxas de juros e o programa mensal de compra de ativos.
Os principais índices acionários fecharam a semana acumulando perdas. O Covid-19 segue promovendo mais medidas restritivas para o seu combate, por lá, mais 221 mortes foram registradas dia 22/01.
Em Portugal, por exemplo, foi determinado o fechamento das escolas, universidades e creches até o dia 15 de fevereiro, já o Reino Unido volta a estudar mais medidas restritivas.
Na Ásia, os mercados fecharam a semana também sem ganhos. A pandemia está exigindo mais medidas restritivas por parte da capital chinesa. As preocupações no curto prazo são relacionadas ao feriado do Ano Novo Lunar em fevereiro, devido a isso o governo pediu que a população evite as viagens na tradicional comemoração chinesa.
Por aqui, a logística das vacinas vem sendo assunto para discussões, mesmo com 6 milhões de vacinas em posse, o país segue vacinando minimamente a população.
Na Bovespa, mesmo com o ingresso crescente de capital estrangeiro no mercado durante a semana, o Bolsa de Valores de São Paulo sofreu muitas realizações, refletindo o momento político e econômico do país, fechando a semana com o acumulado de -2,46% aos 117.380 pontos.
RELATÓRIO FOCUS
Para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), as projeções saíram de 3,43% e ficaram em 3,50%. Para 2022, a previsão para o IPCA permaneceu em 3,50%. Para 2023, as estimativas ficaram em 3,25% e 3,25% para 2024.
A projeção para a expansão do PIB (Produto Interno Bruto) saiu de 3,45% e ficou em 3,49%. Para 2022, a estimativa ficou em alta de 2,50% e permaneceu em 2,50% para 2023 e 2024.
A previsão do mercado financeiro para a cotação do dólar em 2021 e 2022, ficou em R$5,00. Para o ano seguinte, a estimativa permaneceu em R$4,90.
Para 2021, a taxa Selic teve sua estimativa elevada de 3,25% para 3,50%. As projeções para 2022 saíram de 4,75% para 5% em 2022 e 6,0% para 2023.
PERSPECTIVA
A semana mais curta devido ao feriado do aniversário de São Paulo, pode levar a uma precificação mais rápida nos ativos de risco durante a semana, mas a existe a expectativa positiva devido a aceleração da vacinação ao redor do mundo e agora também no Brasil.
O Brasil também deve começar a se adaptar à nova forma de governo trazida por Joe Biden, temos que observar como será a interação com os republicados.
Já Bolsonaro segue sendo pressionado em relação a um impeachment, devido a sua atuação diante da pandemia. O atual presidente segue recebendo críticas de todos os lados, então suas próximas ações seguem sendo de extrema importância, e devemos acompanhar o Fórum Mundial de Davos, que terá Mourão e Guedes.
A preocupação com o quadro fiscal, o grave endividamento e teto de gastos, restando apenas esperar que o acordado seja respeitado, caso o desajuste fiscal aconteça, além de gerar desconfiança dos investidores estrangeiros, geraria um aumento inesperado na taxa de juros, por esse motivo, e do risco Brasil, fato que seria prejudicial para a o momento atual da economia.
Situação que o Brasil vem tentando evitar ao longo dos últimos anos, reconquistar os investidores estrangeiros, a partir de um quadro fiscal mais bem elaborado, uma agenda de reformas estruturais, que ocasionalmente levaria o Brasil a um controle maior sobre as receitas e gastos governamentais.
Segue no radar, o aumento dos índices de preço da economia, uma inflação que começou acelerar e que tem impactos significativos já no curto prazo, podendo já ser vista no IPCA. Mesmo com o Relatório Focus indicando uma desaceleração do índice para os próximos períodos.
Apesar de todas as oscilações de mercado, as expectativas seguem sendo o plano de vacinação contra a Covid-19 e toda a pauta de reforma que segue sem definição pelo governo.
Os dados indicam uma pressão no curto prazo nos preços ao consumidor amplo e isto pode levar o Banco Central a intensificar as discussões sobre o ritmo das reformas. É provável que a qualquer sinal de melhora constante na economia, devemos ter uma elevação da SELIC, mesmo que antes do projetado.
Os sinais de abertura na curva de juros, demonstrada pelo aumento da taxa de juros e a alta volatilidade nos títulos federais de longo prazo, aliada ao fato que acontecia desde 2002 e que aconteceu em setembro e outubro de 2020, com as LFTs (Tesouro Selic) sendo negociada a taxas negativas, indica a pressão sobre a Selic.
O mais recomendado para o atual momento é a cautela ao assumir posições mais arriscadas no curto prazo, a volatilidade nos mercados deve se manter sem ainda a desenhar um horizonte claro, em razão principalmente pelo nosso cenário político.
Mantemos nossa recomendação de adotar cautela nos investimentos e acompanhamento diário dos mercados e estratégias. Mantemos a sugestão para que os recursos necessários para fazer frente às despesas correntes sejam resgatados dos investimentos menos voláteis (CDI, IRF-M1, IDkA IPCA 2A). Para o IMA-B que é formado por títulos públicos indexados à inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que são as NTN-Bs (Notas do Tesouro Nacional – Série B ou Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais), não estamos recomendando o aporte no segmento, com a estratégia de alocação em 10%, sendo indicado para os RPPS que possuem porcentagem igual ou maior, aos que possuírem porcentagem inferior a 10%, recomendamos a não movimentação no segmento. Os demais recursos mantenham-nos em “quarentena” esperando um melhor momento para realocar. Tomar decisões precipitadas enseja realizar uma perda decorrente da desvalorização dos investimentos sem possibilidades de recuperação na retomada dos mercados. Para aqueles que enxergam uma oportunidade de investir recursos a preços mais baratos, municie-se das informações necessárias para subsidiar a tomada da decisão.
Estratégia de Alocação dos Recursos no Longo Prazo – Renda Fixa e Variável
Renda Fixa 65%
Longuíssimo Prazo (IMA-B 5+ e IDKA 20A) 0%
Longo Prazo (IMA-B Total e FIDC/ Crédito Privado/ Fundo Debênture) 10%
Gestão do Duration 30%
Médio Prazo (IRF-M Total, IMA-B 5 e IDKA 2) 20%
Curto Prazo (CDI, IRF-M 1 e CDB) 5%
Renda Variável 30%
Fundos de Ações 20%
Multimercados 5%
Fundos de Participações * 2,5%
Fundos Imobiliários * 2,5%
Investimento no Exterior 5%
* Aos clientes que investem em Fundos de Participações e Fundos Imobiliários em percentual superior a 2,5% em cada, reduzir a exposição aos Fundos de Ações na proporção desse excesso.