RETROSPECTIVA
Semana de estabilidade para as bolsas mundiais, exceto pelo Ibovespa que teve uma valorização de 1,21%, com alta pela sexta semana consecutiva. Mudança de rotação de fluxo global devido ao aumento de apetite por ativos de risco pelos investidores, vem favorecendo os mercados emergentes.
A realização dos índices no cenário externo se dá pelos mesmos motivos que gerou euforia na semana passada, com investidores de olho no avanço das vacinas em combate a Covid-19 e aprovação da vacina das farmacêuticas Pfizer e BioNtech nos Estados Unidos, pela FDA (Food and Drug Administration), agência responsável pela regulamentação de medicamentos nos EUA.
Além disso as negociações na tentativa de aprovar um novo pacote de estímulos no EUA de U$ 916 bilhões continuam. Donald Trump impôs sanções contra oficiais chineses que tiveram relações na desqualificação de integrantes do parlamento da oposição em Hong Kong. Perante essa atitude, China suspendeu viagens sem visto de diplomatas dos EUA a Hong Kong. Além disso Biden deu sinais de que não irá afrouxar a sanções impostas a China. E Comissão de Comunicação dos EUA aprovou a remoção do equipamento produzido pela Huawei das redes sociais.
Na Europa, as atenções continuam voltadas para as negociações referente ao Brexit, que tem prazo para aprovação até Domingo (13). Os principais empasses para o acordo envolvem os direitos de pesca em águas britânicas e as regras de concorrência.
O Banco Central Europeu estendeu o programa de compra de títulos por mais 9 meses, no valor de ? 500 bilhões, totalizando um ? 1,85 trilhões.
Reino Unido dá início a vacinação da população contra a Covid-19, utilizando a vacina das farmacêuticas Pfizer e BioNtech.
Já no Brasil, o governador de João Doria de São Paulo, apresentou o plano de vacinação contra Covid-19 que prevê o início da imunização para o dia 25 de janeiro, porém ainda é necessário à aprovação da Anvisa para a vacina chinesa CoronaVac. Diante desse pronunciamento o governo federal apresentou plano de vacinação neste sábado (12), envolvendo as vacinas da Fiocruz/AstraZeneca, Covax Facility e Pfizer/BioNtech, porém não indicou data para início do programa.
No âmbito político, atenções voltadas para o relatório da PEC Emergencial que cria mecanismos de ajustes ficais para união, que foi adiado para 2021 pelo senador Marcio Bittar.
As disputas pelo comando da Câmara e do Senado continuam após o STF tomar decisão que impede a candidatura de Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre. O Senado aprovou a nova Lei do Gás, com alterações que irão exigir nova votação pelos deputados.
Em relação aos indicadores econômicos, na terça-feira foi divulgado o IPCA de novembro com alta de 0,89%, acima do valor estimado pelos especialistas de 0,76%. Na quarta-feira o Copom manteve a taxa Selic em 2,00% a.a e já sinalizou retirada do forward guidance em 2021.O varejo brasileiro em outubro apresentou crescimento de 0,9% ante o mês de setembro e o setor de serviços com aumento de 1,7% m.m.
A alta do mercado de ações brasileiro foi puxada pelos setores de comodities e bancário, que se beneficiam da perspectiva de uma possível recuperação global e doméstica.
O Dólar fechou a semana em baixa de 1,37% em relação ao Real, em R$ 5,06 USD.
RELATÓRIO FOCUS
Para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), as projeções saíram de 4,21% para 4,35%. Para 2021, a previsão para o IPCA de 3,34% foi mantida. Para 2022, as estimativas ficaram em 3,50%. O índice ficou em 3,25% nas projeções para 2023.
A projeção para a expansão do PIB (Produto Interno Bruto) saiu de -4,40% para -4,41% este ano. Para 2021, a estimativa de 3,50% foi mantida. As projeções de 2,50% para 2022 e 2023 foram mantidas.
A previsão do mercado financeiro para a cotação do dólar saiu de R$5,22 para R$5,20 este ano. Para 2021, a projeção saiu de R$5,10 para R$5,03. Já para 2022, a projeção foi R$4,95 e R$4,90 para 2023.
A projeção para a taxa básica de juros, a Selic, ficou em 2,00% para 2020. Para 2021, ficou em 3,0%. As projeções ficaram em 4,50% em 2022 e 6,0% em 2023.
PERSPECTIVA
O que se espera para as próximas semanas está diretamente ligado ao sucesso das vacinas em fase final e os resultados obtidos por países que já iniciaram o processo de vacinação, prometendo continuar a elevar o apetite ao risco por parte dos investidores principalmente em países emergentes, que no momento observam esses resultados e preferem manter cautela.
A expectativa fica na manutenção desse ambiente mais estável, através da aprovação de PEC emergencial e política fiscal no intuito de conter o teto de gastos e, aumento da taxa básica de juros no curto prazo para dar alivio ao índice de preços, podendo contribuir para um desenvolvimento econômico mais constante e controlado, que possivelmente colaboraria para cessar o auxílio emergencial no Brasil, favorecendo o quadro fiscal do país.
Ao final da semana, o Ibovespa subiu 1,21% aliado a mais uma semana de valorização do real frente ao dólar de 1,37%, devido ao ingresso de capital estrangeiro, aliviando o câmbio.
No decorrer da semana, governo deu sinais de que irá votar temas relacionados a política fiscal apenas em janeiro de 2021, pois tais medidas exigem uma análise mais profunda.
A preocupação com o quadro fiscal, endividamento, rolagem de dívidas e teto de gastos, ainda segue como principal pauta, caso isso aconteça, além de gerar desconfiança dos investidores estrangeiros, geraria um aumento na taxa de juros e no risco Brasil e isso não seria bom para o estado da economia atual, que já segue prejudicada.
Situação que o Brasil vem tentando evitar ao longo dos últimos anos, com o intuito de reconquistar os investidores estrangeiros, a partir de um quadro fiscal mais bem elaborado, uma agenda de reformas estruturais, que ocasionalmente levaria o Brasil a um controle maior sobre as receitas e gastos governamentais.
Segue no radar, o aumento dos índices de preço da economia, uma inflação que começou acelerar e que tem impactos significativos já no curto prazo, podendo já ser vista no IPCA.
Apesar da estabilidade dos índices externos e valorização do IBOVESPA, as expectativas do mercado seguem as mesmas, não enxergando espaço para uma queda brusca e esperando algum gatilho advindo das medidas do governo para um posicionamento mais forte nos ativos de risco.
Pronunciamento do Copom referente ao fim do período de forward guidance, fez com que houvesse um aumento na curva de juros no curto e médio prazo, o que nos preocupa é quanto a diminuição da taxa de juros e a alta volatilidade nos títulos federais de longo prazo.
O mais recomendado para o atual momento é a cautela ao assumir posições mais arriscadas no curto prazo, a volatilidade nos mercados deve se manter sem ainda a desenhar um horizonte claro, em razão principalmente pelo nosso cenário político.
Mantemos nossa recomendação de adotar cautela nos investimentos e acompanhamento diário dos mercados e estratégias. Mantemos a sugestão para que os recursos necessários para fazer frente às despesas correntes sejam resgatados dos investimentos menos voláteis (CDI, IRF-M1, IDkA IPCA 2A). Para o IMA-B que é formado por títulos públicos indexados à inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que são as NTN-Bs (Notas do Tesouro Nacional – Série B ou Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais), não estamos recomendando o aporte no segmento, mantemos a estratégia de alocação em 15%, sendo indicado para os RPPS que possuem porcentagem igual ou maior, aos que possuírem porcentagem inferior a 15%, recomendamos a não movimentação no segmento. Os demais recursos mantenham-nos em “quarentena” esperando um melhor momento para realocar. Tomar decisões precipitadas enseja realizar uma perda decorrente da desvalorização dos investimentos sem possibilidades de recuperação na retomada dos mercados. Para aqueles que enxergam uma oportunidade de investir recursos a preços mais baratos, municie-se das informações necessárias para subsidiar a tomada da decisão.